• Dados mostram que mais da metade das vítimas de violência sexual são menores de idade. A maioria é violentada dentro de casa

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  • 26/08/2020 18:22

    Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro revelam dados preocupantes em relação aos casos de violência sexual em Petrópolis. De acordo com os números, cerca de 70% dos casos acontecem dentro da casa vítima e mais da metade delas são menores de idade. Os números chamam a atenção para a importância de denunciar e identificar esses crimes, principalmente quando ocorrem entre crianças e adolescentes.

    Uma campanha criada pelo Centro Marista de Defesa da Infância tem sido compartilhada nas redes sociais com o objetivo ensinar a autodefesa de crianças contra a violência sexual. Chamada de Defenda-se, a iniciativa conta com vídeos e material educativo, que, com uma linguagem acessível, amigável e preventiva, apropriada para menores de 4 e 12 anos de idade, orienta para que em situações de violência as vítimas possam agir preventivamente e denunciar os agressores. 

    “É importante que a criança entenda que todo o toque indesejado e feito de forma escondida deve ser comunicado imediatamente para os pais ou a uma pessoa de confiança dela. Esses crimes estão acontecendo dentro de casa e por isso os pais, as pessoas responsáveis por essa criança, devem ficar atentos a toda mudança de comportamento repentino”, alertou a delegada titular da 105ª Delegacia de Polícia (DP), Juliana Ziehe.

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    Em 2019, a delegada lançou uma campanha chamada de Minha Aurora, que também tem como objetivo orientar crianças adolescentes sobre como denunciar esse tipo de crime. “A campanha Defensa-se vem de encontro com o projeto Aurora e as duas como o objetivo de alertar também os pais e responsáveis sobre o comportamento dos filhos. Devem ficar atentos a situações de depressão, auto mutilação, introspecção repentina e até tentativa de suicídio”, alertou a delegada.

    Juliana cita o caso de uma menina de 12 anos que, após ser abusada sexualmente pelo padrastro, tentou o suicídio. “Os pais precisam ter um vínculo de confiança com os filhos para que eles possam contar quando algo acontecer. É preciso também explicar e orientar essa criança e adolescente sobre o que é o abuso sexual”, disse a delegada.

    Campanha Defenda-se

    As histórias apresentadas na campanha Defenda-se do Centro Marista de Defesa da Infância mostram situações do dia-a-dia em que os meninos e meninas têm condições reais de agir preventivamente para sua autodefesa, especialmente pelo reconhecimento dos seus direitos sexuais e de estratégias que dificultam a ação dos agressores.

    As informações dos vídeos aumentam as chances de que as crianças identifiquem situações de violência sexual no contexto familiar, escolar, e em outros locais de maior convívio, e deste modo, contribuam na quebra do ciclo de violência, denunciando a violação a um adulto de confiança, ao Conselho Tutelar ou diretamente para o Disque 100 e outros canais. Permite, ainda, que famílias e profissionais prestem atendimento adequado às crianças, e dialoguem sobre o desenvolvimento da sexualidade infantil.

    A campanha tem como base o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes, especialmente os Eixos de Prevenção e Protagonismo Infanto-juvenil, e o 3º Protocolo Facultativo da Convenção sobre os Direitos da Criança, que prevê a possibilidade de a criança denunciar à Organização das Nações Unidas (ONU) violações de seus direitos.

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