Dados do ISP mostram que número de casos de estupro dobrou em fevereiro

O levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) referente o mês de fevereiro traz um dado alarmante. No segundo mês deste ano foram registrados 16 ocorrências de estupro nas duas delegacias do município (105 ª – Retiro, e 106ª – Itaipava). De acordo com os dados divulgados pelo Instituto, desde 2010 não havia tantas ocorrências deste tipo nos meses de fevereiro. O número representa também o dobro de casos registrados em janeiro deste ano, quando foram 8 casos.

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Os registros de crime de estupro vêm aumento significativamente nos últimos anos na cidade. Em 2018 foram 141 casos, o maior número de registros desde 2010. Os dados o ISP são coletados baseados nos microdados das informações no momento da lavratura dos registros de ocorrência -RO nas delegacias. O aumento no número de registros assusta, mas também revela que as vítimas estão começando a formalizar os registros nas delegacias. 

No último Dossiê da Mulher, divulgado em 2018, mostra que o crime de violência sexual, em particular o estupro, acontece na maior parte das vezes dentro de casa. No levantamento feito entre 2013 e 2017 mostra que a maior parcela das vítimas no estado do Rio de Janeiro são meninas de até 14 anos de idade. Os dados também mostram que um percentual significativo dos autores dos estupros praticados contra crianças e adolescentes são por pessoas próximas ou familiares, sob as quais as vítimas estão subordinadas ou possuem alguma forma de dependência. 

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Embora o Dossiê da Mulher e os dados coletados mensalmente pelo ISP sejam fundamentais para contribuir nos estudos de desenvolvimento de políticas públicas para segurança pública no estado, em especial para os grupos minoritários, como são as mulheres, o número ainda está longe de refletir a realidade. Por medo, vergonha e até falta de informação muitas vítimas ainda não vão até as delegacias para fazer os registros. Os abusos cometidos contra crianças, muitas vezes não chegam ao conhecimento dos pais, e há casos em que as vítimas acabam compreendendo a violência que sofreram somente após a fase adulta, como explica o estudo. 

O município conta com o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) que funciona na 105ª DP no Retiro, que oferece um atendimento especializado às vítimas de violência contra a mulher. A rede de atendimento a mulher também conta o Cram (Centro de Referência em Atendimento à Mulher) que oferecer gratuitamente assistência social, jurídica e psicológica para mulheres que sofreram qualquer tipo de agressão. A sede do Cram, localizada na Rua Santos Dumont, 100, no Centro funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h. Caso se sinta violentada de alguma forma, a mulher pode contatar a Polícia Militar pelos números 2291-5071, 2242-8005 ou na Central de Atendimento à Mulher pelo 180, além de poder contatar via WhatsApp a emergência da Polícia Militar, pelo número (24) 99222-1489. 

Dados do ISP mostram aumento de apreensão de drogas no município

Os dados do ISP referente fevereiro também mostram um aumento no número de apreensões de drogas no município. Ao todo, o aumento foi de 62,9% comparado ao mesmo período do ano passado. Em 2019, foram registrados 101 ocorrências de apreensão de drogas, enquanto em 2018 foram 62. A maior parte das apreensões são resultantes do tráfico de drogas, foram 52 duas ocorrências, em seguida foram 44 ocorrências de apreensões resultantes de posse de drogas. 

O número de registros de furtos também foi maior em fevereiro. Embora tenha sido menor do que em janeiro (201), fevereiro (172) teve um aumento de 6,8% comparado a fevereiro do ano passado (161). O número de registros de furtos em coletivos também foi maior em fevereiro, foram 10 casos, em janeiro foram apenas 3 registros. 

Os registros de tentativa de homicídio tiveram uma redução em fevereiro, em 2018 foram 3, enquanto em fevereiro de 2018 foram 15. Apenas um caso de homicídio doloso foi registrado em fevereiro de 2019, em janeiro foram registrados 3. O número de roubos também aumento em fevereiro de 2018, foram 25 registros, enquanto no mesmo período do ano passado foram 18. Mas ainda assim, o número é menor do que o registrado em janeiro, quando foram 39 registros. 

O levantamento do Instituto foi divulgado ontem. Em comparação ao estado do Rio de Janeiro, o município segue apresentando uma redução nos casos de letalidade violenta (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção de agente do Estado), em fevereiro foi apenas um caso enquanto em fevereiro de 2018, foram registrados três.