• Criptomoedas: vale a pena ser um investidor?

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  • 15/10/2018 11:25

    Num mundo cada vez mais conectado, é natural que surjam novidades em diferentes áreas da sociedade. Na economia, isto não funcionaria diferente, até porque há anos as transações comerciais e financeiras ocorrem em frações de segundos. Sendo assim, na busca por proteção aos investimentos, apareceram as criptomoedas como uma novidade bastante atraente. No Brasil, ela tem uma valorização que bate todas as demais opções do mercado e tem mudado a vida das pessoas.

    Há nove anos, começou essa revolução monetária e seu pontapé inicial no mercado ocorreu de forma curiosa: ao ser lançado o bitcoin, foram compradas duas pizzas por 10 mil. Desde então, muitos investidores começaram a olhar com carinho para esse movimento financeiro que, apesar da volatilidade do mercado, tem atraído cada vez mais pessoas a esse negócio.

    No entanto, de acordo com pesquisas, o bitcoin tem conquistado o bolso de investidores mais jovens, atraídos pela alta lucratividade e pela facilidade com a qual se maneja seu dinheiro virtual. Esse fenômeno, iniciado na Ásia e que rapidamente se espalhou pela Europa e outros rincões do planeta, tem conseguido uma lucratividade que supera, de longe, outros derivativos como títulos do tesouro americano ou empresas de grande porte.

    No Brasil, a novidade chegou para valer e batendo recordes atrás de recordes. Só para se ter uma ideia, o bitcoin – só em 2017 – chegou a mil por cento de valorização, algo que poucas vezes se viu na história da economia do país, um negócio tão vantajoso ao público. O derivativo se tornou o queridinho de milhares de brasileiros e ao que parece seguirá por esse caminho durante um bom tempo. Ao menos, essa é a expectativa dos investidores. 

    Afinal, é inevitável a pergunta: como pode ser feito esse investimento em bitcoin? Segundo o economista Bruno Chiazzo, da CM Consultoria e Investimentos, qualquer pessoa pode comprar a criptomoeda. Basta se cadastrar em alguma corretora e não é necessário um caminhão de dinheiro para isso. “Não existe classe social para aplicar em Bitcoin. Por exemplo, uma pessoa pode aplicar frações (centavos). Hoje um bitcoin vale na faixa de R$ 25 mil. Mas podemos aplicar R$ 200, por exemplo”, explicou ele.

    Sobre o ingresso de jovens investidores no mercado de criptomoedas, Chiazzo observou esse fenômeno e explica que, assim como qualquer negócio, falou sobre suas variações de acordo com o mercado. Além disso, deu dicas importantes a quem quiser se aventurar no negócio que caiu no gosto da galera, sobretudo a mais jovem. “As gerações mais jovens aplicam mais em bitcoin, por estarem mais abertos às novidades, já que se trata de uma revolução monetária. Mas é muito volátil. Sofre muitas variações, e por isso é indicado que se tenha um Trader (especialista em investimento) para fazer este trabalho”, comentou o economista.

    Em alguns países, como a Alemanha, o bitcoin é uma moeda usada como dinheiro através de carteiras digitais, onde faz a transferência entre contas (carteiras digitais). Entre 2009 e 2016, acrescentou Bruno, o bitcoin teve valorização de 100 por cento ao ano. “Por isso que o bitcoin apareceu de forma intensa no Brasil, pois teve essa valorização e chamou a atenção do mercado brasileiro”, completou.

    Por outro lado, o cenário de eleições presidenciais impacta em uma maior volatilidade no mercado financeiro, o que torna os criptoativos um investimento seguro e atraente para quem busca a proteção de capital. Segundo o economista-chefe do Mercado Bitcoin, Luíz Calado, a instabilidade provocada pelas incertezas eleitorais têm feito muitas pessoas buscarem um investimento seguro.

    "O bitcoin e as demais criptomoedas estão menos expostas ao risco Brasil. As indefinições sobre o cenário econômico brasileiro afetam muito pouco a volatilidade delas, uma vez em que são ativos descentralizados e seu preço é definido por uma oferta e demanda em todo o mundo", analisa Calado. "Se o investidor pensa em proteger seu capital diante de turbulências locais – que estão a impactando diretamente a Bolsa de Valores e o dólar –, os criptoativos são ótimas alternativas".

    Hoje em dia, o negócio bitcoin já produziu mais de um milhão de usuários cadastrados na plataforma, que hoje negocia três criptomoedas: bitcoin, litecoin e bitcoin cash. Em outras nações, a busca por esse negócio tem sido um bom aliado daqueles que querem driblar as nuances do sobe e desce do mercado, até porque recentemente as ações de países emergentes caíram muito – incluindo os títulos brasileiros negociados no exterior. Durante a crise, a Koinim, principal corretora de criptomoedas do país, registrou um aumento de 63% em volume negociado.

    Investidor brasileiro viu sua vida mudar após entrar no mercado – Para comprovar que não se trata de mais um negócio como outro qualquer, a Tribuna ouviu um petropolitano que teve a sua vida modificada por conta do ingresso no mercado financeiro virtual. Ele é Fábio Gonçalves, de 37 anos, que há dois anos e nove meses começou a investir em bitcoin aconselhado por um amigo. Como toda novidade, o negócio trouxe um certo receio porque poderia ser confundido com outros investimentos que deram errado. Só que Fábio resolveu arriscar. Pôs, na primeira vez, R$ 50 mil reais de economias feitas durante um bom tempo.

    Desde que aplicou seu dinheiro pela primeira vez, viu seu mundo financeiro mudar da água para o vinho. Fábio resolveu botar mais dinheiro em bitcoins após a rentabilidade superar todos os outros investimentos disponíveis no mercado de derivativos. E garante ter mais de R$ 1 milhão de reais em conta. Além do dinheiro, os dividendos proporcionaram a ele a aquisição de bens como apartamentos e até duas lojas. Há 12 anos em Cabo Frio, diz ter alcançado uma estabilidade financeira que permite viver bem com os filhos e a mulher nesses tempos de crise econômica.

    “Sou um investidor que acreditou no bitcoin, aconselhado por um amigo que conheci há sete anos. É um negócio que recomendo para todo mundo. Tanto é que minha família também aderiu ao negócio e não está arrependida. Planejei minha vida para os próximos anos e posso dizer que conquistei a minha independência financeira”, revelou o investidor, que joga futevôlei nas horas vagas.

    Apaixonado pela matemática, Fábio se encantou desde o início com a criptomoeda. Mas isto não impede de não enxergar eventuais riscos que o negócio pode trazer, algo que segundo ele pode acontecer como em qualquer investimento que não tenha um perfil conservador, como a poupança, por exemplo. “Em tudo na vida tem um risco. Quem não se lembra do ex-presidente Collor de Mello, que para desespero dos investidores se apropriou da poupança? Pode haver problemas? Claro que pode. Mas considero um investimento seguro e que tem protegido as minhas e as finanças de muita gente que se aventura nas criptomoedas”, finalizou ele.

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