• CRAM recebeu 160 novas denúncias de violência contra a mulher em oito meses

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  • 25/09/2017 11:05

    Dados do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM) mostram que apenas entre os meses de janeiro e agosto foram registradas 160 novas denúncias por agressão física, psicológica, moral ou sexual. No período houve, ainda, 132 atendimentos de retorno (total de 292 atendimentos). O órgão promove o acolhimento, atendimento e orientação às mulheres em situação de violência, além de fazer acompanhamento psicológico, social e de fornecer orientação jurídica. 

    A equipe acompanha de perto os recentes casos de violência registrados na cidade, como o da mulher que foi atingida pelo ex-marido com golpes de canivete, na Mosela, na última segunda-feira. O agressor, que estava revoltado com o fim do relacionamento, acabou preso. Dias antes, um outro caso mobilizou os funcionários do CRAM: uma mulher foi esfaqueada, também pelo ex-companheiro, perto do Pronto Socorro do Alto da Serra. 

    “No caso do Alto da Serra, nós acompanhamos de perto e conseguimos ajudar para que o agressor fosse preso. Nós também fizemos contato com o Hospital Santa Teresa para ajudar a acolher a mulher em um abrigo e garantir o apoio jurídico necessário. Já no caso da Mosela, estamos acompanhando o estado de saúde da vítima, que está na UTI. Assim que ela apresentar uma melhora, vamos oferecer ajuda”, diz a coordenadora do CRAM, Raquel Gonçalves.

    Hoje, o Cram, ao lado da Coordenadoria dos Conselhos Comunitários de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, vai apresentar os números relativos a Petrópolis do “Dossiê Mulher 2017”, que reúne informações sobre a violência contra o público feminino em todo Estado. Os dados serão debatidos na Casa dos Conselhos Augusto Ângelo Zanatta, às 19h.  

    Os números são relativos ao ano passado. A cidade não teve nenhuma morte por feminicídio (que é o assassinato que ocorre simplesmente porque a vítima é mulher), no entanto foram registradas oito tentativas de homicídio. O Instituto de Segurança Pública (ISP) traz dados ainda mais preocupantes: houve 844 casos de lesão corporal; 73 de estupro e seis de tentativa de estupro; oito de importunação ofensiva ao pudor; 807 casos de ameaça; sete de constrangimento ilegal; 426 de violência moral; e 67 de violência patrimonial. O Dossiê Mulher não aponta detalhes específicos de Petrópolis, mas, em todo o Estado, a maior parcela de atos de violência é praticada pelo companheiro ou pelo ex. A própria casa é um local tão perigoso quanto a via pública.

    “Os números são bem elevados, mais de duas mil ocorrências. A principal forma de reduzir esses casos é através da denúncia e da punição. No caso do Alto da Serra, por exemplo, a gente soube que o agressor continuava ameaçando, com a certeza da impunidade. É por isso que estamos cobrando tanto as punições, porque isso serve de exemplo. Essa é a nossa preocupação: quando chega a denúncia, buscamos as medidas protetivas, como a prisão, para tirar o agressor de casa”, afirma a coordenadora do CRAM. 

    Em Petrópolis, as mulheres têm dois canais de proteção e acolhimento. Um deles é o próprio CRAM, que fica na Rua Santos Dumont, 100, no Centro. Para denunciar ou solicitar informações, basta ligar para o telefone 2243-6152. O funcionamento é de 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. 

    Também é possível procurar o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) na 105ª Delegacia de Polícia, no Retiro. Ele funciona 24 horas por dia em uma sala especial, reservada, ambiente que proporciona a elas mais coragem para denunciar o agressor. Esse atendimento é feito exclusivamente por policiais femininas, outra forma de deixá-las um pouco mais confortáveis. É uma ferramenta a mais que a Polícia Civil tem para enfrentar a violência contra esse público. 



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