• Corta essa pessoa da tua vida

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  • 27/08/2016 11:30

    Pelas lições do passado, pelo bem do futuro e pela paz do presente, considera, definitivamente. Essa pessoa não só não faz bem a você, como, ainda, grave é o mal que provoca. Então, decide. Sem exaltações, ignora esse ser que gratuitamente te agride. Você não merece esse descarado mau trato. Acima de tudo, essa pessoa é que não merece, de você, a consideração do ser humano que és.

     Se pretender te pisar, não permitas. Caminhar segunda milha não é consentir-se capacho. Difícil, eu sei, uma tal sabedoria. Mas, até Jesus, afrontado no extremo, destruiu as bancas dos vendilhões do templo. Deveria Ele ter oferecido, ali, a outra face? Há solos ungidos. Não se deve permitir que pessoas tóxicas neles queiram adentrar. Dignidade de pessoa humana amada por Deus, é piso sagrado. Expulse os vendilhões de você.

     Passe uma borracha na pessoa garrancho que um dia te emporcalhou a caligrafia da vida. Deixar para trás essa mediocridade é fazer-se, por ela, inatingível.  Vai ficar só um sulco raso na folha, leve cicatriz de papel que não poderá te arrastar ao lodo da afronta, à fundura do impropério. Ao papel da tua vida, nova escrita, bela e serifada, será concedida.

     Sei que há pessoas-abismo, gente que gruda e provoca. Mas cabe a você se livrar. Poupar energia, porque há vida importante a viver. Como Neemias, na reconstrução dos muros de Jerusalém, incitado a descer para o embate do provocador: Não posso descer, faço aqui grande obra; para mesquinharias, tempo não tenho. Não desça à ralé da sarjeta moral, tenha mais o que fazer. Mantenha a altitude. Mantenha a atitude. Ponha cimento no dorso do tijolo do dia e o encaixe no que faz tua vida mais alta se erguer.

     Faça o simples. Ponha-se sereno, sincero, seja breve. Seja leve. Os pesos das pessoas aproveitadoras, que muitos são porque vastos são os seus débitos, devem elas mesmas carregar. Cada um com suas pedras. Dar sangue de graça a quem vampiriza teu ser, é doentio. Se o braço apodrece, é preciso cortar. Se uma pessoa, um relacionamento, intoxica, gangrena, é preciso cortar. É o segredo dos relacionamentos saudáveis. Para que aquele que só parasita não atrapalhe aos que agregam. Maçãs podres devem ser retiradas da cesta. Cortar imperfeições no jardim ajuda o cultivo. Galho oco, pessoa torta, relacionamento morto, nada disso dá viço à roseira. Dá bicho. E bicho corrói a florada.

    Arranque da alma o ferrão dessa formiga moral. Lave a ferida e deixe a cicatriz no tempo para o tempo a quarar. Tempo faz bem. Dá distanciamento, depura, ajuda o esquecimento. O tempo te apura. Então, seja feliz nessa escolha, uma escola, essa, de superar. Ignorar. Assim como o cinzel do escultor ignora a parte da pedra que jamais escultura será. Assim como o poeta ignora a palavra excessiva que, ao verbo, viço bom não dará. E não saia por aí lamentando. Saber calar é compressa, é unguento. Bem vividos silêncios trazem viagens a paragens de si que você desconhecia, pastagens de carneiros brancos costurando tranças na colina da tarde. Silêncios embutem sonatas, você descobrirá. Geralmente, são o jeito de Deus proclamar.

     Coragem. Arranque da vida essa pessoa entrave. Faça logo. Como quem arranca da pele um esparadrapo, um espinho, um cravo. E esqueça. Não rumine malfeitos alheios. Não arraste mágoas. A mágoa do outro em você, é vitória inimiga. Não aceite. Respire. O ar fica mais puro. Você descobrirá asas. Vá. Já é hora. A vida te espera. 

    denilsoncdearaujo.blogspot.com

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