• Contra a violência homofóbica, Petrópolis pode criar Núcleo da Cidadania LGBT

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  • 09/06/2019 09:00

    A cada dia, pelo menos, uma pessoa é vítima de discriminação por ser gay, lésbica, bissexual ou trans no Estado do Rio de Janeiro de acordo com um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP). Em 2017, foram 431 casos segundo os dados do Instituto. Esta semana, um homem, de 31 anos, acredita ter sido vítima de homofobia. Ele foi espancado e assaltado na Praça da Liberdade, no Centro da Cidade. O caso está sendo investigado pela 105ª Delegacia de Polícia (DP), no Retiro.

    “O que queremos é que todos sejam respeitados como pessoa e é por isso que vamos lutar”, comentou a coordenadora do Gabinete da Cidadania da Prefeitura, Ana Maria Rattes. Em entrevista à Tribuna, ela anunciou que Petrópolis pode ganhar um Núcleo de Cidadania LGBT. A unidade vai ter como finalidade oferecer a este público atendimento às demandas sociais. “Estamos trabalhando para conquistar esta unidade”, ressaltou.

    O Núcleo seria vinculado ao Gabinete da Cidadania que está realizando um trabalho de sensibilização dos servidores das áreas de educação, saúde e assistência social. “Vamos promover uma jornada educativa com esses segmentos que precisam ser capacitados para o atendimento e acolhimento do público LGBT nos postos de saúde, nos hospitais, nas escolas, nos equipamentos da assistência social. Nosso próximo passo também é incluir a Guarda Civil Municipal nestes encontros”, comentou Ana Maria. Também devem participar dos encontros a Vara da Infância, o Conselho Tutelar e o Centro de Referência e Assistência Social (Cram).

    Sem uma unidade especializada, Petrópolis é atendida pelo Centro de Cidadania LGBT que fica na Baixada Fluminense. No local, as vítimas podem denunciar os casos de discriminação. Além de Petrópolis, outros cinco municípios são atendidos pelo Centro: Guapimirim, Magé, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Duque de Caxias e Belford Roxo.

    Para Taís Corrêa, da Comissão da LGBT da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ainda há um longo caminho para ser percorrido. “Infelizmente, no nosso país, existe um preconceito velado, um lobo travestido de cordeiro, num povo culturalmente preconceituoso. Ainda há um longo caminho a ser trilhado, mesmo tendo a decisão do STF equiparado a LGBTfobia ao crime de racismo”, comentou. Para ela, “ainda há um certo pouco caso relativo às denúncias”. “Nosso país tem muito o que aprender. Nossa cultura profundamente machista incentiva ainda mais os abusos. Somente a educação, que é um processo longo, conseguirá ultrapassar também os preconceitos”, concluiu.


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