• Consultório na Rua pode ganhar espaço fixo para atendimento

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  • 26/03/2019 16:00

    O programa Consultório na Rua completa este ano quatro anos de atuação em Petrópolis. Criado com o objetivo de ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, o programa atende mensalmente cerca de 250 pessoas que se encontram em condições de vulnerabilidade. O atendimento é totalmente gratuito e acontece em equipamentos da Prefeitura como o Centro Pop e o Núcleo de Integração Social (NIS – Abrigão) e também nos locais onde vivem esta população.

    Leia também: Moradores de rua: o desafio da reinserção familiar e ocupacional

    "Trabalhamos na política de redução de danos com uma visão estratégica para que essas pessoas repensem seu tempo livre e que este não seja usado para o consumo de drogas e ingestão de bebidas alcoólicas. Além do atenção à saúde, com cuidados médicos e de enfermagem, oferecemos oficinas para que eles sintam menos prazer em ficar na rua", explicou a coordenadora do programa, a assistente social Márcia Medrado.

    Para comemorar os quatro anos de atuação, o programa deve ganhar um novo espaço este ano para o atendimento mais especializado para a população de rua. A sala ficará localizada na Avenida Dom Pedro, onde os profissionais poderão atender aos moradores. A previsão é que área seja inaugurada no início do segundo semestre. 

    A equipe do Consultório na Rua conta com um carro e um ônibus adaptado para fazer o atendimento em toda a cidade. Além disso, os profissionais atendem toda segunda-feira no Centro Pop. No local, além das consultas com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e de saúde bucal, psicólogo e assistente social, os moradores podem buscar orientações sobre a retirada de documentos e outros benefícios a que tem direito. Também são oferecidos a eles oficinas de teatro, cinema e informática, e em breve deve começar em parceria com a Guarda Civil Municipal (GCM) um curso de adestramento de cães.

    "Trabalhamos com a intersetorialidade, tentando auxiliar não apenas na parte clínica, mas social dessas pessoas. Viver nas ruas não é fácil e 70% deles são dependentes químicos. Antes de buscarmos a inserção é preciso cuidar deles, tentando tirá-los das drogas e do álcool", ressaltou a coordenadora. 

    Atualmente a cidade conta com cerca de 150 moradores de rua, sendo a maioria homens acima dos 30 anos, com baixa escolaridade mas com capacidade produtiva. "Convivemos com eles diariamente, sabemos e conhecemos suas histórias. A relação com eles é de muito respeito e carinho, e posso garantir que todos tem o desejo de ter um trabalho. É o que eles querem, é o que eles nos dizem, mas infelizmente esbarram na falta de formação e capacitação. Eles precisam de uma rede de apoio", ressaltou Márcia. "A dependência química, os transtornos mentais, os conflitos familiares, entre outros fatores os levaram a ir para as ruas, mas o desejo de trabalho e sair dessa condição é algo que eles querem", concluiu a coordenadora.


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