• Considerações Diversas

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  • 04/04/2020 08:00

    Como já era esperado, nosso artigo publicado em 15.03.2020, onde relacionamos os destinos da maioria dos cavalos que trabalhavam nas charretes, gerou discussões e pudemos verificar uma grande diversidade de posições.

    Sem citar os nomes dos autores, vale trazer a público os comentários e observações feitos. 

    Algumas questões levantadas: 1) Houve o uso político da situação? 2) A desarticulação/desinteresse/omissão da prefeitura, órgão regulador das charretes, interessava a quem? 3) houve a falta de uma campanha de divulgação com as informações corretas sobre a situação dos cavalos? 4) houve desinformação dos protetores de animais sobre a situação dos cavalos? 5) faltou a indicação de um responsável da Prefeitura que acompanhasse o processo? Essa mesma pessoa, assim como nós, também achou que a relação entre a Câmara de Vereadores e a Prefeitura não ficou clara dentro desse processo. A primeira determinou o plebiscito sobre uma atividade que é regulada pela Prefeitura. E nós complementamos que, mesmo diante da possibilidade de extinção de uma atividade turística tradicional na cidade, a Prefeitura se manteve em silêncio todo o tempo. Sendo as charretes uma atividade voltada quase que, exclusivamente, para público externo, cabia a realização de um plebiscito a ser respondido por moradores locais que não utilizavam o serviço?

    Curiosas foram as observações feitas por uma protetora de animais que defendia o fim das charretes. Sobre a venda de alguns animais para a Baixada Fluminense disse ela que, infelizmente, “alguns animais tiveram que pagar o preço para que seus semelhantes não tivessem o destino perpetuado nesse martírio sem fim”. E quando expusemos a realidade dos cavalos “livres” que vivem pelas ruas e estradas buscando seu próprio alimento, ela afirmou que “isso sempre existiu e não é de hoje”. Ficou no ar uma aceitação pelo destino desses cavalos “livres”. Covardia na opinião dela era os cavalos trabalharem mesmo com alimentação regular, atendimento médico veterinário constante, exames de sangue regulares etc. Cavalos soltos nas ruas, magérrimos, em busca de alimento, é aceitável.

    E para concluir não podemos deixar de mencionar trechos do depoimento feito pelo dr. Cleber Alves, Defensor Público, em sua rede social:  “… a falta de uma adequada transição, com o devido planejamento acerca de todos os desdobramentos decorrentes da (abrupta) extinção do serviço (o que deveria ter sido definido por uma legislação detalhada e criteriosa, que deveria ter sido cuidadosamente elaborada pelos Poderes competentes!) deixou não apenas em aberto a questão da garantia de acompanhamento do destino que seria dado aos animais, assim como, passado quase um ano, não viabilizou a implantação de novo serviço capaz de assegurar a (prometida?!) preferência para atuação dos antigos charreteiros”.

    E, para encerrar, o desabafo de uma pessoa que disse ter votado pelo fim das charretes puramente levada pela emoção. Não pensou em como as promessas feitas durante a campanha seriam possíveis de serem cumpridas.

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