• Conselho Municipal de Segurança pede aumento do efetivo da Polícia Militar

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  • 20/05/2019 17:30

    O tiroteio em pleno Centro Histórico na última semana, que deixou uma menina de 19 anos ferida, levantou uma grave questão da segurança pública em Petrópolis: o baixo efetivo da Polícia Militar na cidade. Em entrevista à Tribuna, o comandante do 26º BPM, tenente-coronel Marcelo Bernardo afirmou não ter “homens o suficiente” para atender a demanda dos comerciantes e frequentadores dos bares da Rua 13 de Maio, local onde os tiros começaram. A questão foi levada para a última reunião do Conselho Municipal de Segurança que já apresentou um pedido formal ao Governo do Estado solicitando a vinda de mais policiais para a cidade.

    Leia também: Após tiroteio, comerciantes da 13 de maio pedem reforço no policiamento da via

    Em maio do ano passado, durante reunião do Gabinete Itinerante do Comando-Geral (CICG) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis foi apresentada como a cidade com menor efetivo de policiais militares entre os municípios da Região Serrana. Na época, eram 401 PMs. A Tribuna solicitou à assessoria de imprensa da PM do Rio os dados atualizados do 26º BPM, mas de acordo com o órgão, “os números não poderiam ser divulgados por questões estratégicas”.

    Na época, o comandante do 26º BPM, coronel Oderlei Santos Alves de Souza, em entrevista à Tribuna, disse que o ideal para atender a cidade seria a chegada de pelo menos mais 50 policiais militares. Também questionamos a assessoria de imprensa da PM do Rio se há previsão de ingresso de novos agentes ao batalhão, mas em nota a entidade respondeu  “que por questões estratégicas não divulga a logística das unidades”.

    “O que aconteceu na Rua 13 de Maio foi algo muito sério e já vinha falando sobre isso, dos riscos que poderiam ocorrer ali sem um patrulhamento mais ostensivo e sem a presença de viaturas, especialmente às sextas-feiras. Aquilo lá é um barril de pólvora”, comentou o deputado federal Daniel Silveira (PSL). Segundo ele, um pedido já foi feito ao governador Wilson Witzel solicitando 50 policiais militares para a cidade. “Em dois meses teremos a formatura dos novos agentes e estou pedindo formalmente o reforço para o Batalhão de Petrópolis”.

    O deputado disse ainda que em junho irá lançar na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) a Frente Parlamentar para a Segurança Pública do Estado e que Petrópolis ganhará um plano de segurança. “Consegui a assinatura dos deputados para a criação da frente e vou levar para o Rio, para que a população tenha acesso aos trabalhos. Além disso, estamos elaborando um plano específico para Petrópolis, que também vamos apresentar à população. A cidade é um mercado em ascensão para o tráfico e é preciso combater isso agora”, ressaltou Daniel Silveira.

    O vereador Leandro Azevedo (PSD) também demonstrou preocupação com o aumento da violência e o tiroteio em pleno centro da cidade. “Temos discutido bastante esta questão do baixo efetivo da PM na nossa cidade e o quanto isso prejudica o combate ao crime. A Polícia Militar tem um efetivo quase parecido com a Guarda Municipal”, alertou o vereador.

    Segundo ele, na próxima semana, a Câmara fará um documento solicitando o envio de mais agentes para o 26º BPM para o Governo do Estado. “Vou encaminhar a carta para os vereadores assinarem e depois remeter ao governador. Temos uma população de mais de 300 mil moradores e um efetivo muito baixo para a quantidade de habitantes”, comentou o vereador.

    Os dois rapazes que promoveram o tiroteio na Rua 13 de Maio e Avenida Koeler na madrugada do dia quatro, ainda não foram presos. O crime está sendo investigado pela 105ª Delegacia de Polícia (DP), no Retiro. Toda a ação dos atiradores foi gravada por câmeras de segurança de estabelecimentos da região e do Centro Integrado de Operações da Prefeitura (Ciop) e ajudaram na identificação dos suspeitos. 

    Segundo o delegado titular da 105ª DP, Claudio Batista, testemunhas informaram que a dupla iniciou a briga na boate Eclipse. Momentos depois, as câmeras mostram quando os dois deixaram a boate e retornaram em seguida em uma moto, armados, atirando contra a casa noturna e outros bares. Eles passam por duas vezes em frente à boate e seguem para a Avenida Koeler, onde atingem a jovem na perna.

    A casa noturna foi interditada na noite de sábado e continua fechada. Segundo a prefeitura, o estabelecimento não tem autorização de funcionamento. O Corpo de Bombeiros também informou que não a boate não conta com os alvarás.

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