• Conheça o casal de brasileiros que está em uma viagem de volta ao mundo por 3 anos

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  • 22/07/2019 17:58

    O que era para ser apenas um período de férias antes de começar uma nova fase na carreira profissional, acabou se transformando na maior aventura de suas vidas. Os publicitários Henrique Devali de Almeida, de 34 anos, e Priscilla Bittencourt Delevali, de 32, já estão na estrada há um ano e dois meses e, nesse período, já visitaram 24 países. Mas, para eles, o número de lugares não é o que tem norteado a viagem e, sim, as experiências que têm adquirido e as pessoas que têm conhecido ao longo do caminho. E garantem: a maior viagem tem sido para dentro de si mesmos.

    Casados há seis anos, os dois são conhecidos como “Casal Panda” – ele, de São Bernardo do Campo-SP, e ela de Santo André-SP. A viagem começou pela Europa (percorrendo lugares como Holanda, Irlanda e Eslovênia), seguiu para a África (passando pela Namíbia, Moçambique, Tanzânia,…) até chegar ao Oriente Médio, em países como Palestina, Jordânia e Israel. Todos os lugares e histórias, os dois têm registrado no Instagram do projeto – “Pandas pelo Mundo” – , que já possui mais de 24 mil seguidores.

    O primeiro passo foi dado em maio de 2018, em Curitiba, onde os dois moravam e haviam iniciado um negócio próprio com estacionamentos. Henrique conta que trabalhava em uma multinacional desde que se formara e estava prestes a sair do emprego para viver 100% do novo empreendimento, quando decidiram tirar um período de férias.

    “Antes de começar aquela nova fase, pensamos em tirar uns seis meses de férias. Mas logo vimos que seis meses não seriam suficientes para fazermos tudo que gostaríamos. Então decidimos tirar um ano sabático”, contou Priscilla. “Mas, na medida em que fomos planejando a viagem e vendo todos os lugares que gostaríamos de conhecer, vimos que um ano também não daria. A ideia de uma ‘volta ao mundo’ começou a surgir”. E, assim, surgiu o projeto da viagem, que a princípio teria dois anos de duração. 

    Hoje, o casal continua administrando o negócio à distância. É assim que eles têm se sustentado ao longo da viagem, além de alguns investimentos que fizeram e trabalhos freelance que pegam esporadicamente. “No início, tivemos medo se daria certo, porque é um negócio físico que teria que continuar funcionando no Brasil. Mas acabou funcionando muito bem”, disse Priscilla, explicando que deixou a empresa preparada para ser gerenciada à distância.

    Difícil é dizer qual lugar mais gostaram até agora. “É difícil porque cada país tem um tipo de atrativo diferente”. Para melhor comida, o casal elegeu Portugal e Geórgia. Para praias, a Croácia. No quesito “paisagem”, a Noruega. Um destino que surpreendeu os dois foi o Chipre – “foi uma inclusão não planejada no roteiro que acabou surpreendendo muito, tanto em relação às praias quanto ao próprio país”. 

    Um país que até agora ganhou o coração dos viajantes foi o Egito, mas não por causa das pirâmides e bagagem histórica do lugar. “Foi por causa das pessoas que conhecemos e das experiências que nos permitimos viver lá. Foi o lugar que ficamos mais tempo até agora: dois meses e meio”.

    Os viajantes contam que depois de um tempo viajando perceberam que o tipo de viagem que os fazia feliz eram viagens mais lentas, ficando mais tempo nos lugares: “Nós decidimos não apenas passar pelos lugares, com a pressa de riscar países de uma lista, mas dar tempo para o acaso fazer seu trabalho”, disse Henrique, contando sobre o dia em que seguiam viagem, em um 4×4, para acampar em um lago nas montanhas da Geórgia, quando uma família de georgianos os convidou no meio do caminho para tomar Chacha (bebida típica no país, usada para saudações e brindes). “Nós aceitamos o convite e fomos à casa deles. A esposa fez um jantar para nós e acabamos passando a noite lá, mesmo sem falar uma palavra de georgiano ou eles de inglês. Foi uma experiência inesquecível e, com certeza, nós só pudemos tê-la porque estávamos abertos para isso. Se estivéssemos presos a um roteiro fechado, isso não seria possível”.

    Por esse motivo, a viagem, que a princípio teria dois anos, no meio do caminho passou para dois e meio e agora já serão três. Eles contam que desde o início saíram com um roteiro delineado, mas muitos destinos vão sendo acrescentados ao longo do caminho. Até o fim da viagem, eles esperam ainda passar por pelo menos 25 países.

    “Tem sido muito melhor do que imaginávamos. Mais do que conhecer países, comidas e culturas, a gente está fazendo uma viagem para dentro de nós mesmos, melhorando como casal, melhorando como ser humano, como indivíduos. Estamos aprendendo muito mais sobre política e geografia que na escola. Estamos fazendo muito mais amigos e vendo muito mais bondade do que imaginávamos”, disse Henrique.

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