• Conheça o Carmelo São José, mosteiro das freiras enclausuradas em Petrópolis

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  • 14/01/2019 11:20

    Às 4h30 da manhã elas já estão de pé. Vivem dias intensos, com uma rotina fixa de orações, leituras, trabalhos e afazeres domésticos que só termina às 21h30, no horário do repouso. Não há diferença entre dias da semana, domingos ou feriados. Os hábitos são sempre os mesmos para 17 Carmelitas Descalças que vivem na Ordem Religiosa do Carmelo de São José, um mosteiro de clausura absoluta – elas só saem para ir ao médico -, que fica na Avenida Barão do Rio Branco. Pouco conhecido até mesmo entre os petropolitanos, o prédio, de 1917, abriga a única imagem de Nossa Senhora da Saudade em todo o mundo, e vem sendo procurado até por grupos de excursão, fortalecendo o circuito turístico religioso da cidade que, ao contrário do que muitos pensam, vai além da Catedral São Pedro de Alcântara e o Trono de Fátima.

    Em toda área do Carmelo São José em Petrópolis o silêncio impera, reflexo de uma vida simples que há anos segue as mesmas regras. Foto: Roberta L.P. Armelin/Divulgação.

    A Turispetro tem mapeado os atrativos em toda cidade – separados em cinco circuitos: histórico-cultural, compras, cervejeiro, ecoturismo e religioso – e vai incluir o Carmelo de São José na divulgação deste último. Além de tornar a cidade ainda mais atrativa para o público que procura o circuito religioso, o que movimenta o turismo, o aumento de visitantes também contribui para que as freiras consigam manter o local, que conta apenas com doações.

    “Temos em Petrópolis opções para todo tipo de turismo e o religioso sempre foi muito forte, mas queremos fortalecer ainda mais e exaltar tudo que temos de melhor na cidade”, destaca o prefeito Bernardo Rossi. “Esse é mais um patrimônio ‘escondido’ do nosso município e temos trabalhado para aumentar a divulgação de todos os nossos atrativos, em todos os setores”, completa o secretário da Turispetro, Marcelo Valente.

    No mosteiro, a clausura é considerada liberdade de viver a vocação. Foto: Roberta L.P. Armelin/Divulgação.

    Em toda área do Carmelo São José em Petrópolis o silêncio impera, reflexo de uma vida simples que há anos segue as mesmas regras. Para quem conhece o lugar, duas freiras são “externas” e recebem o público, que pode marcar a visita através de agendamento. “Não sabemos ao certo quantas pessoas a gente recebe por mês, mas são muitas! Vem muito ônibus do Rio, por exemplo. A gente faz um roteiro mostrando o prédio, o jardim, a horta que temos aqui. E as pessoas também podem participar das missas, que acontecem todos os dias: de segunda a sexta-feira, às 18h, e sábados e domingos, às 8h. Tem gente que vem também para fazer um retiro”, explica a Irmã Graça, que mora no local há 30 anos e é uma das que recebem os visitantes.

    Além do conhecer as diversas áreas abertas à visitação, também é possível participar das missas, celebradas todos os dias. Foto: Roberta L.P. Armelin/Divulgação.

    As outras não podem deixar as grades da vida monástica nunca, exceto em casos excepcionais, como doença. Mas elas também atendem os visitantes. O lugar ainda é procurado por ser o único endereço no mundo que conta com uma imagem de Nossa Senhora da Saudade, que também fica exposta na clausura. Clausura esta que não é considerada por elas uma prisão, mas sim a liberdade de viver sua vocação.

    A advogada Cely Macedo está entre as fiéis visitantes do lugar. Ela procurou ajuda quando teve um problema de saúde na família e nunca mais deixou de visitar e ajudar o mosteiro. “Quando eu era criança, vinha aqui com a minha mãe. Uns anos atrás meu marido teve um problema de saúde e vim procurar um caminho. Desde então essa tornou-se também minha casa. Venho sempre”, frisa.

    Para manter o espaço, as irmãs recebem doações e produzem escapulários feitos a mão e artesanato, como crochê e bordado. Foto: Roberta L.P. Armelin/Divulgação.

    Fundado em 1911 na cidade de Campanha em Minas, a primeira comunidade do Carmelo de São José foi transferida pra Petrópolis apenas dois anos depois, mas se fixou no local onde está hoje em 1917. O atual prédio só foi concluído no ano de 1961. Não é possível que o turista conheça parte do prédio, onde as irmãs vivem na clausura, mas o visitante pode conversar e saber um pouco mais sobre a rotina delas em uma sala onde são feitos os atendimentos, também pelas grades. Para manter o espaço, as irmãs recebem doações e produzem escapulários feitos a mão e artesanato, como crochê e bordado. “Já produzimos 12 mil escapulários. Aos domingos também fazemos bolo de iogurte para vender e nas festinhas tem a cantina”, explica a Irmã Cristiana, que é a madre superiora do mosteiro.

    Para visitas, que são gratuitas, os agendamentos podem ser feitos pelo telefone: (24) 22423434. O mosteiro fica na Avenida Barão do Rio Branco, 1.164, Centro.

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