• Congestionamentos se agravam em Petrópolis

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  • 08/02/2017 17:35

    Mesmo com uma operação especial feita para a volta às aulas, com agentes e guardas de trânsito distribuídos em pontos conhecidos por causa das retenções, o petropolitano não conseguiu se livrar dos temidos congestionamentos que acabam atrasando a vida de quem estuda, trabalha ou mora no Centro da cidade. 

    Os inevitáveis engarrafamentos, que aconteceram esporadicamente no mês de janeiro, voltaram a causar transtorno na vida da população. Com milhares de estudantes e pais de alunos estacionando nas portas de colégios e trafegando pelas ruas, no mesmo horário, as filas só aumentam, e tiram a paciência de quem tem pressa. A solução é uma só: sair mais cedo de casa. 

    Angélica Lopes dos Santos, de 34 anos, mora no Vale da Lua, região de Itaipava, e trabalha numa empresa do Bingen. Ela, que estava levando em média duas horas para chegar ao trabalho, nesta terça-feira teve que sair mais cedo de casa. “Na segunda-feira eu fiz um teste. Continuei saindo no mesmo horário: 7h, para chegar às 9h no Bingen. O problema é que eu cheguei às 10h. Então o jeito foi hoje acordar mais cedo e pegar o ônibus uma hora antes, para chegar antes das 9h”, explicou. O hábito que Angélica vai ter que adquirir a partir desta semana será a solução para muita gente. Quem mora na Posse, por exemplo, leva em média e levava duas horas para chegar o Centro da cidade, já está demorando mais, nos horários de pico. Na terça-feira, na volta pra casa, a educadora Márcia Zanatta, que mora em Areal, levou quase três horas do Centro até o bairro do Gaby, na divisa com o município vizinho. Trajeto normalmente feito em no máximo duas horas. “Eu peguei trânsito em lugares onde eu já tinha esquecido que havia retenção. Barão, Retiro, Carangola, Terminal de Corrêas, Ponte, Castelo São Manoel, e até Itaipava. Tudo trecho onde o ônibus ficou parado. Sendo que em Itaipava foi pior. O congestionamento foi do Hortomercado até o Terminal de ônibus. Ninguém merece. Hoje tive até que sair mais cedo de casa para trabalhar, porque do jeito que anda, temos que nos adiantar em mais de três horas”, completou.


    E quem não se adianta muito, mesmo num trajeto curto, acaba se atrasando. Esse foi o caso do estudante de jornalismo, e produtor de eventos, Elias Zauza. Ele mora no Quitandinha, e foi padrinho de casamento numa cerimônia realizada na segunda-feira última, no Centro da cidade. Elias saiu do local do evento, depois do trabalho, para ir até sua casa, se arrumar para a cerimônia. O que ele não contava é que, o trajeto que se fazia em poucos minutos, estaria todo congestionado. “Sai tarde do Centro e não sabia que ia demorar tanto pra chegar em casa. Optei pelo Alto da Serra, mas mesmo assim não me livrei do trânsito. Peguei a Santos Dumont e fiquei parado muito tempo na Rua Teresa, altura do Hipershopping. Depois parei de novo na Ponte Fones, até a entrada do Independência. Só dali em diante que fluiu”, contou. O produtor, que era padrinho da noiva, já chegou em casa na hora do casamento. “Me arrumei rápido e voltei”. Sua sorte foi que a noiva atrasou, e ele conseguiu chegar a tempo, apesar do atraso. 


    Mais guardas nas ruas

    A Prefeitura, para tentar minimizar esse transtorno, posicionou mais de 27 agentes de trânsito e guardas civis em pontos estratégicos onde geralmente há grandes gargalos na fluidez. Mosela, rua Ipiranga, Praça Princesa Isabel (em frente a Catedral), e Itaipava estão entre os locais onde agentes orientaram pais e responsáveis por estudantes, onde veículos estavam parados em locais irregulares nos horários de entrada e saída das escolas. 

    Ações no Trevo de Bonsucesso

    Além do aumento no número de agentes, nas ruas, a CPTrans disse que vai começar a atuar também no trevo de Bonsucesso, onde as retenções tomam grandes proporções principalmente nos horários de pico. “Vamos atuar no Trevo com um agente e dois controladores no horário de pico”, disse Maurinho Branco, presidente do órgão. Entre as principais medidas no local está o desligamento dos semáforos. “Vamos desligar os sinais e deixar que nossa equipe controle de forma eficiente não só o fluxo de veículos como também o de pedestres, que atravessam de forma perigosa naquele local, causando ainda mais retenção”, completou Maurinho. 

    Mais ônibus

    Além das medidas para minimizar os congestionamentos, a CPTrans solicitou também, junto ao Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro), a reativação de outros 36 ônibus que foram suprimidos nos meses de férias. Os carros representam 10% a mais na frota das empresas, que conta com 366 veículos. O principal objetivo é aumentar a oferta de ônibus para diminuir o número de carros nas ruas. 

    Petrópolis tem mais veículos por habitantes do que o Rio

    Na relação veículos por habitantes, Petrópolis com sua estimativa populacional de 298 mi habitantes, segundo o IBGE em 2015, tem 0,49 veículos para cada habitante. Enquanto metrópoles como o Rio de Janeiro, com mais de 6 milhões em população, tem 0,42 veículos por habitante. Em ambos o caso, a equivalência média é de um veículo para cada duas pessoas. 

    O problema é que a Cidade Imperial, com as principais ruas estreitas, se comparadas às do Rio, acaba sofrendo bastante com os congestionamentos. 

    Serviços centralizados são um gargalo

    Além da grande frota, um outro problema de Petrópolis é que a maioria dos serviços como bancos, escolas, empresas e instituições estão localizadas justamente no Centro-Histórico do município – uma área tombada pelo patrimônio histórico onde não podem ser feitas grandes obras de mobilidade. A descentralização dos serviços com ampliação da autonomia dos distritos por exemplo, no que se diz respeito à vida econômica e administrativa, é vista por muitos como uma grande solução. “Todo mundo que mora em Posse, Pedro do Rio, Itaipava, ou até mesmo em Areal, se conseguisse resolver tudo em Itaipava, por exemplo, já adiantaria bastante. Se lá tivesse faculdades, mais empresas, escolas e tudo que tem no Centro, desafogaria bastante o trânsito de Petrópolis e também resolveria nosso problema”, completou a professora Márcia Zanatta. 


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