• Confira os fatos que marcaram 2016 em Petrópolis

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  • 01/01/2017 07:00

    O ano de 2016 foi marcado por uma série de acontecimentos em Petrópolis, entre perdas, conquistas e desafios. Foram 365 dias em que o comércio enfrentou uma das piores crises econômicas da história, centenas de lojas fecharam as portas e pelos menos 404 postos de emprego foram fechados, conforme aponta o Cadastro geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em todos os setores a situação foi ainda mais grave, a cidade perdeu 1.151 vagas de emprego. Um dos fatos que mais marcaram o ano na cidade foi a morte do Frei Moser, assassinado na Rodovia BR-040 em março. Petrópolis também viu crescer o número de crimes, com registro de tiroteios em bairros como o Independência, crescimento do tráfico de drogas, aumento do número de roubos a pedestres, furtos a estabelecimentos comerciais e residências. O ano também foi de um clima político acirrado, com disputa para a prefeitura e para os cargos de vereador.

    A crise econômica aliada a falência do estado do Rio de Janeiro sobrecarregou as contas do município. Já no início do ano a Secretaria de Saúde teve que reestruturar o setor. Com a falta de repasses do governo estadual, a prefeitura passou a administrar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Centro e de Cascatinha. Outro impacto que a cidade sentiu foi com relação a paralisação das obras do programa Minha Casa, Minha Vida. As casas populares também ficaram para os próximos anos. Apenas 72 foram entregues esse ano. As vítimas das chuvas também enfrentaram problemas para receber o benefício do aluguel social pago pelo estado. 

    Outro projeto que não saiu do papel foi a obra da nova pista de subida da serra. No segundo semestre todos os empregados que trabalhavam na construção foram dispensados e o presidente da Concer, concessionária que administra a rodovia BR-040, assumiu que só vai continuar a obra se o Governo Federal prorrogar o contrato de concessão, que vence em 2021. Com isso, o projeto que ia beneficiar e muito a vida de quem mora em Petrópolis, ficou sem prazo para sair do papel. A obra previa a construção de um túnel que diminuiria o tempo de viagem entre o Rio e Petrópolis. Além disso, também constava a ligação Bingen-Quitandinha muito esperada pelos petropolitanos. 

    Mas o que realmente parou a cidade este ano foi a morte do Frei Moser, aos 75 anos, em 9 de março de 2013. O religioso, muito querido em Petrópolis, foi vítima de violência no trânsito. Ele foi morto a tiros na Rodovia, quando ia para o aeroporto do Galeão, onde pegaria um avião para São Paulo, para gravar o programa “Pelos caminhos da fé”, na Canção Nova. Ele era diretor-presidente da Editora Vozes, professor do Instituto Teológico Franciscano (ITF) e coordenador do projeto social Terra Santa, entre outras funções que ocupava. O velório aconteceu na Igreja do Sagrado Coração de Jesus e atraiu milhares de pessoas. Outra grande perda para a sociedade foi a morte de D. Paulo Evaristo Arns, em dezembro deste ano. O cardeal, conhecido por sua luta contra a ditadura militar, viveu por muitos anos em Petrópolis. Na cidade, ele trabalhou nas décadas de 1950 e 1960, como professor no ITF, na Universidade Católica de Petrópolis e na Igreja São José, no Itamarati. 

    As mortes por violência ou acidente de trânsito também foram expressivas em 2016. Além do Frei Moser, outras vítimas causaram comoção na cidade. Uma delas foi a jovem, de 17 anos, Ana Beatriz, morta a tiros também na BR-040, em meio a um arrastão. A menina vinha para o município para comemorar o Dia das Mães. Um acidente de moto que fez uma vítima fatal em julho também comoveu a cidade. Na ocasião, o motoboy Luiz Felipe Guimarães, de 19 anos, morreu após colidir contra um balaustre na Rua do Imperador, perto do Fórum. O dia do velório foi marcado por uma homenagem prestada por um grupo de motociclistas, que aceleraram suas motos e buzinaram durante todo o cortejo.

    Mais uma vez em 2016, a cidade sofreu com os efeitos dos desastres naturais. Após fortes chuvas, uma pedra de grandes proporções desceu a Rua Uruguai e fez duas vítimas em novembro. Consuelo do Carmo, de 49 anos, e Paulo Roberto Souza, de 70, ficaram soterrados nos escombros na noite do dia 14 de novembro, véspera do feriado da Proclamação da República. Após esse fato, a prefeitura decretou estado de emergência. 

    Cenário político 

    O Brasil viveu em 2016 um momento de grandes escândalos, com revelações de empresas e políticos envolvidos em corrupções de todos os tipos. Indiretamente Petrópolis se tornou um dos locais preferidos de políticos que estavam sendo interrogados pela operação Lava Jato. Em fevereiro a Polícia Federal esteve na cidade, durante a operação intitulada Acarajé e cumpriu dois mandados de busca e apreensão na casa do engenheiro Zwi Stornicki em Itaipava. 

    Em Itaipava, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa cumpriu a prisão domiciliar. Ele tirou a tornozeleira apenas em novembro desse ano e está em regime semiaberto desde   outubro. Outro envolvido nos escândalos de corrupção, Nestor Ceveró, ex-diretor da Petrobras, também está, desde junho, cumprindo a prisão domiciliar em um condomínio fechado em Itaipava. 

    Também estão sendo investigadas pela Lava Jato duas empresas acionistas da Concer – a Construcap e a Triunfo Participações e Investimentos (esta detém a maior parte das ações da concessionária – 63,8%). No caso da Construcap, a investigação é em torno do presidente Roberto Capobianco, que é suspeito de fraudes em licitações e recebimento de propinas na contratação das obras do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio. Já a Triunfo é suspeita de realizar depósitos milionários para empresas do empresário Adir Assad e do advogado Rodrigo Tacla Duran, entre 2010 e 2013. A empresa foi alvo dos mandados de busca e apreensão que aconteceram em novembro dentro da Operação Dragão. 

    Com relação ao cenário político municipal, já no fim de 2016 o governo provocou uma grande insegurança nos servidores, alegando que não tinha dinheiro para pagar o benefício do 13º salário. Mas depois que o juiz Alexandre Teixeira fez um arresto nas contas da prefeitura, foi paga a 1ª parcela do 13º. No fim das contas o prefeito Rubens Bomtempo pagou integralmente também a 2ª parcela e deixou em dia o salário dos cerca de 12 mil servidores ativos e inativos. Após quatro anos, Bomtempo deixa o governo (ele se despediu ontem agradecendo a todo o secretariado e parceiros durante o mandato). Agora, o candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) Bernardo Rossi, eleito com 79.296 votos, assume o posto para os próximos quatro anos. O novo desafio começa amanhã. 

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