Condição precária das vias dificultam acesso dos moradores no João Xavier
Com a estrutura comprometida, moradores da servidão Pedro José Mundstein, na rua Mário Gelli, no Duarte da Silveira, aguardam obras de contenção e manutenção, no trecho que começou a ceder. Eles temem que a situação se agrave interditando o acesso as suas casas que já está precário.
O caminho é estreito, e a rampa construída há anos pelos próprios moradores ameaça cair. O barranco já cedeu outras vezes e prejudica principalmente a moradora da casa de baixo, a aposentada Glória Campos, de 70 anos. “Nesses dias que choveram muito, a água começou a entrar na minha casa. O barranco desce todo no quintal da minha casa. No ano passado, eles vieram, tiraram fotos, mas nunca mais voltaram aqui, e esse ano a situação voltou a se repetir”, disse ela.
São oito casas dependentes do trecho, além das outras cinco famílias que moram na servidão. O morador, Vitor Florenzano, 29 anos, relata que no ano passado, após quebrar o tornozelo, levou uma hora e 45 minutos para chega até a sua casa, no topo da servidão, porque não podia colocar o pé no chão, e a rua não tem estrutura para a passagem de um carro.
“Foi uma batalha. Como eu não sabia que estava quebrado eu desci do jeito que dava, para subir os vizinhos me ajudaram me colocando em uma cadeira comum e me levantando, quando eles não aguentaram mais eu subi com as muletas. Para a revisão, com muita luta, minha mãe conseguiu que viessem me buscar e me descer carregado até a rua principal. A minha avô já quebrou o fêmur, e também precisou ser colocada em uma cadeira comum para ser carregada. A nossa vida aqui é essa”, lamentou Vitor.
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São quase 20 anos lutando por melhorias na servidão, entre barreiras caindo e rua cedendo, os moradores continuam lutando pelas melhorias que sonham em ver. “Moramos aqui há 40 anos, diversas barreiras já caíram, pedimos há anos melhorias na rua. Essas coisas nos revoltam, porque moramos aqui porque não temos outro lugar para morar, e eles só nos fazem promessas e alegam que são poucos moradores, que a obra é custosa demais. Cobram nossos impostos e não nos dão o mínimo de melhorias. O meu sonho é ver essa servidão pronta, preciso acreditar que um dia verei isso, porque mal dá para caminhar aqui”, disse Maria Helena Florenzano, 65 anos.
“São crianças e idosos precisando passar por aquele fio de estrada. É um grande perigo, elas podem tropeçar, cair, além do risco da situação piorar. Vão todos ficar sem acesso”, se preocupar outro morador, Alexandre Ferraz, 37 anos
Problemas na rua principal
A rua principal também é alvo de reclamações, segundo os moradores, a falta de manutenção da rua Mário Gelli, que possui três servidões, além da Pedro José Mundstein, deixou de ser atendida pela linha 117, da viação Cidade Real, há um ano, devido ao excesso de buracos na estrada e a falta de pavimentação em alguns trechos.
“O ônibus passando aqui na frente era de grande ajuda, porque agora precisamos caminhar desde a João Xavier até as nossas casas, mas são muitos buracos, eu já cai várias vezes, acho que todos os moradores já caíram, subindo a rampa, ou na rua principal”, relatou Glória.
O Setranspetro informou a linha 117- João Xavier deixou de passar pela rua Mário Gelli no ano passado, por conta das condições precárias da via, os coletivos também estavam enfrentando problemas com estacionamento irregular.
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O sindicato disse ainda que a viação Cidade Real enviou alguns ofícios para a Secretaria de Obras pedindo melhorias, mas o problema ainda não foi resolvido. No ano passado, a via chegou a ser asfaltada. Entretanto, após um mês de operação do coletivo na região, os buracos abriram novamente, impedindo a circulação do ônibus. Diante disso, o ônibus está fazendo o itinerário passando na entrada da Rua Mário Gelli e seguindo para a Rua João Xavier.
Questionada sobre a situação a Prefeitura informou que a Secretaria de Obras irá ao local para verificar a situação e estudar o que pode ser feito na servidão e na rua principal.