• Comissão estudará propostas para coibir violência contra mulher nas universidades

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  • 24/05/2016 15:45

    Falta de segurança dentro e fora do campus, falta de recursos para a melhoria de infraestrutura, assédios ocorridos dentro e fora de salas de aula, estupros cometidos nos campi, no caminho para as universidades e durantes festas. Essas foram algumas denúncias sobre violência contra a mulher cometidos nas universidades relatadas por coletivos de estudantes nesta segunda-feira (23/05) durante a audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

    Presidente do grupo, a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), disse que o grupo vai estudar medidas a serem propostas para melhorar a segurança da comunidade universitária no estado. “Podemos fazer debates nessas instituições e, nos casos das estaduais, propor projetos de lei, porque muitas vezes a legislação está engessada e não permite que avanços sejam feitos, como o afastamento dos agressores, a realização de concurso para agentes de segurança e a creche universitária. Vamos fazer mais reuniões porque esse é um tema que não se esgota”, disse.


    Violência cotidiana

    Uma página no Facebook chamada “Abusos cotidianos”, criada por estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), tem mais de 600 denúncias relatadas de casos de abusos moral e sexual. A estudante do coletivo de mulheres da instituição, Ana Carolina Sanchez disse que já foram feitas à universidade mais de 500 denúncias relatando algum caso de violência contra a mulher.

    “Essa violência faz parte do nosso cotidiano, infelizmente. Ela parte de tanto de homens de fora da instituição, quanto de dentro, como alunos, funcionários e professores. Nós queremos uma mudança no código disciplinar da instituição para que os agressores sejam afastados enquanto estejam sendo investigados e as vítimas não tenham que conviver com seus algozes diariamente”, relatou.

    Representante do coletivo de mulheres da Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo), Raíssa Nascimento alegou que as estudantes precisam de um transporte público que as levem até a estação de trem mais próxima, em Bangu. “Ficamos muito expostas à violência, como assédios, abusos, agressões psicológicas e físicas. Muitas dessas violações partem dos homens que deveriam nos proteger, como funcionários da segurança e policiais. A zona Oeste é uma área dominada por milicianos, então, fica quase impossível denunciar”, disse.


    Denunciar sempre

    Segunda a delegada da divisão de proteção à mulher da Polícia Civil, Gabriela Von Beauvais, é importante que a vítima vá a uma delegacia policial e registre a violência sofrida, pois só através de dados é que a corporação consegue agir. “O ideal é que seja a delegacia da mulher, por ser uma unidade especializada, mas qualquer delegacia pode registrar a denuncia. Caso a vítima não consiga ir por medo ou vergonha, ela pode fazer uma denúncia anônima. Só assim conseguimos trabalhar para coibir e punir os agressores”. 

    A delegada também disse que, em caso de mau atendimento do policial, a vítima pode procurar a ouvidoria ou a procuradoria da polícia, ou o centro de atendimento ao cidadão, vinculado à Polícia Civil.

    Representantes das reitorias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais no Rio (Sintuperj), da União Brasileira de Mulheres (UBM) e dos coletivos de mulheres da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Pontifícia Universidade Católica (PUC), da UFF e da União Nacional dos Estudantes (UNE) também estavam presentes.


    Com informações da Alerj

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