• Clube Cultural Dragão Azul é indicado ao prêmio IBBY- Asahi

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 11/09/2016 08:00

    O Clube Cultural Dragão Azul, criado por Maria Cristina Kerti Basílio, de 72 anos, moradora de Petrópolis, foi indicado ao prêmio IBBY- Asahi, concedido a grupos e instituições de pesquisa que têm contribuído para a distribuição de livros e atividades de promoção à leitura entre crianças e jovens. Apesar de não ter ganhado, o simples fato de ter sido o único projeto do Brasil a participar da seleção já é um grande reconhecimento. Principalmente por se tratar de um trabalho que vem sendo desenvolvido na Cidade Imperial há 32 anos, sem interrupção. 

    Outro ponto de grande destaque foi o painel do estande da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil, instalado na Feira Literária de Bolonha de 2016, levar a foto do Clube Cultural Dragão Azul, único projeto do país a compor a lista de indicados para o prêmio IBBY, e vencedor de três edições do concurso FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e

    Juvenil) – Os melhores Programas de Incentivo à Leitura. O espaço montado na feira foi visitado pela Secretária Geral da FNLIJ, Elizabeth D'Ângelo Serra.

    Os ganhadores desta edição do prêmio foram os projetos Read With Me, da seção IBBY do Irã – Children's Book Council of Iran e Big Brother Mouse, da cidade Luang Prabang, no Laos. “Só de fazer parte desse time de indicados me sinto lisonjeada. E fiquei muito feliz com o resultado, pois são projetos maravilhosos que realmente merecem todo o destaque e pertencem a países que de fato precisam muito. Então só de levar um pouco de Petrópolis para a indicação desse prêmio, e com participação no estande na Feira Literária de Bolonha, é muito gratificante”, disse Maria Cristina, que lançou o projeto quando tinha 40 anos.

    Saiba mais sobre o Clube Cultural Dragão Azul

    O projeto é sem fins lucrativos, atende ao menos um terço das escolas de Petrópolis, e já recebeu três prêmios importantíssimos internacionais, porém ainda não é muito conhecido na cidade, apesar de existir há 32 anos. A iniciativa consiste no empréstimo de lotes de livros a escolas municipais, em duas vertentes: Projeto Novos Rumos, de incentivo à leitura, literatura infantil e juvenil, em lotes personalizados, por ano letivo, e Projeto Encontro Acadêmico, teóricos, para professores, com prazos individualizados. As duas formas do projeto sãos consequentes de uma premiação pela FNLIJ. O Clube Cultural Dragão Azul é o único do país indicado para o prêmio de 10 mil dólares em dinheiro. 

    Além disso, a escolha do nome do projeto foi sugerida pelo filho de Maria Cristina na época com apenas três anos de idade, e é a mistura de personagens de duas obras literárias de Maria Clara Machado, eleita a presidente de honra do projeto. O clube já atendeu mais de 50 escolas de Petrópolis e municípios próximos ao longo dos anos. Ao menos 15 colégios recebem anualmente lotes, com até 100 livros cada, com exemplares selecionados por Cristina. 

    Em 1994, o clube ficou em 2° lugar no concurso “Os Melhores Programas de Incentivo à Leitura Junto a Crianças e Jovens do Estado do Rio de Janeiro, e por isso recebeu 230 livros como prêmio. O projeto rendeu ainda 12 exposições literárias, sendo quatro relacionadas ao Natal, que foram realizadas nas escolas e se tornaram alegria das unidades de ensino. Ao longo dos anos, mais premiações surgiram e tinham como prêmio justamente livros! Em 2010 mais de 500 exemplares, consequência da conquista do 1° lugar do concurso que já havia em 1994 rendido bons frutos, aumentaram ainda mais a biblioteca particular de Maria Cristina.

    Sobre a FNLIJ

    A FNLIJ foi criada em 1968, inspirada na ideia de Jella Lepman, uma alemã de origem judaica, que no final da segunda guerra mundial teve o desejo de oferecer livros às crianças que sobreviveram à guerra, e após o triste período viviam na pobreza e desesperançosas. Na época, ela chegou a solicitar ainda que crianças de diferentes países enviassem livros para os pequenos que ainda sofriam e precisavam alimentar alma com sonhos e histórias inspiradoras. Como resposta foram enviados 800 livros vindos de 20 países. A mesma ideia foi trazida para o Brasil por Laura Sandroni, Ruth Villela e Maria Luiza Barbosa de Oliveira. A oficialização da FNLIJ chegou em 1968 e nasceu como seção brasileira do International Board on Books For Young People, IBBY, presente hoje em ao menos 70 países. 

    Últimas