• Clínica popular: alternativa para quem não consegue manter o plano de saúde

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  • 03/07/2017 09:00

    A cada dois meses a aposentada Iolanda do Carmo, de 82 anos, separa parte do seu orçamento para pagara consulta com o cardiologista e fazer os exames de rotina em uma clínica popular localizada no Centro da cidade. O dinheiro da aposentadoria não é suficiente para pagar um plano de saúde e o atendimento na rede pública é demorado, então ela encontrou nos atendimentos populares a solução para manter a saúde em dia. 

    Iolanda faz parte de um estatística que vem crescendo a cada dia. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revelam que entre 2015 e 2016 mais de 1,3 milhões de brasileiros deixaram de ter planos de assistência médica. Apenas em janeiro deste ano, quase 200 mil usuários deixaram os convênios. O subsegmento mais impactado foi o de planos coletivos empresarias, devido ao fechamento de vagas formais.

    “Quando perdi o plano de saúde, há cerca de quatro anos, a alternativa foi o SUS, mas só para o atendimento de emergência. As consultas e exames eu procuro pagar pois é bem mais rápido. Tenho problemas cardíacos e preciso de acompanhamento médico regular. Pesquiso a clínica mais barata e pago a consulta popular, assim mantenho o atendimento com o meu médico em dia. O mesmo faço com os exames. 

    Quando ele pede, pesquiso o lugar mais em conta antes de fazer. Na minha idade e com os problemas de saúde que tenho é inviável pagar um plano de saúde. Pelo SUS, o problema é que as consultas de rotina demoram demais”, contou a aposentada.

    Sem os planos de saúde, a população passa a utilizar a rede pública. Segundo dados da Secretaria de Saúde, em 2016 foram 65 mil mulheres atendidas pelo SUS. O número de usuárias de plano de saúde passou de 32 mil para 27 mil na cidade.

    Para atender esse público que a cada dia cresce, as clínicas populares vem ganhando espaço. Só no Centro e arredores existem pelo menos 10 unidades oferecendo consultas médicas a preços mais acessíveis, que variam de R$ 75 a R$ 120, dependendo da especialidade. “As clínicas populares são uma alternativa à falta de recursos do SUS. Enquanto a rede pública não atende as necessidades da população, essas unidades oferecem atendimentos a preços acessíveis para a população da classe média e baixa”, disse o cardiologista Domingos Renato Imbroisi. A clínica em que atua no Centro da cidade atende a uma média de 500 pacientes por mês. A unidade oferece 14 especialidades mé- dicas e 17 exames e serviços.

    “Para algumas especialidades na rede pública a consulta demora meses. Para os idosos, essa demora pode comprometer o atendimento, por isso as clínicas populares são importantes. Essa população não pode esperar meses por uma consulta”, ressaltou o cardiologista.

    “Para algumas especialidades na rede pública a consulta demora meses. Para os idosos, essa demora pode comprometer o atendimento, por isso as clínicas populares são importantes. Essa população não pode esperar meses por uma consulta”, ressaltou o cardiologista.



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