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  • 12/01/2016 11:00



    Quandoda fundação da Associação de Moradores e Amigos de Itaipava eAdjacências, no fim da década de 70, a Estrada Ministro SalgadoFilho, eixo principal do Vale do Cuiabá, era uma das localidades derepresentação mais atuante nas reuniões da AMAI. Notem, por favor,que eram raras as viagens de ônibus entre o Vale e o Centro deItaipava, pois nem a estrada era lá dessas coisas, nem os “carros”da linha eram assim tão numerosos. Região típica de moradias de“veranistas” (moradores do Rio que vêm aqui passar o verão etodos os fins de semana), quem participava do esforço coletivodurante os dias úteis eram os comerciantes, produtores rurais,profissionais de diversas áreas, moradores permanentes e o casalGlimauro Portilho. Como o 3º Distrito sempre prezou os apelidosdados às pessoas, cito aqui o de nosso Glimauro: “Pão-Pao”.

    Anosmais tarde, meus pais adquiriram um sítio no Vale, ao qual deram onome de Poncho Verde.

    Fizemosmuitas amizades no Vale do Cuiabá; a tragédia da noite de onze paradoze de janeiro de 2.011 chocou-nos profundamente, destruiupatrimônios construídos durante vidas inteiras e ceifou vidas demodo espantosamente cruel. Rendo-lhes homenagem.

    Nasprimeiras horas, conhecemos a generosa reação da população,levando água, alimentos, cobertores e roupas até o mais próximopossível dos locais varridos pelo desastre, e tentando ir adiantecomo possível. Saúdo a Defesa Civil Municipal e os Bombeiros doEstado.

    Asegunda etapa foi a instalação do Circo dos Poderes, que compreendesobrevôos, promessas,  sábios diagnósticos de dirigentes etécnicos de órgãos oficiais, informações desencontradas e começodo calvário dos atingidos pelo flagelo. Pois as perguntas: o que vaiacontecer?, a quem me dirijo?, como procedo?, ficavam sem resposta. AUnião repassava para o Estado, que distribuia entre órgãosdiversos, o MP estrilava e pedia apoio, as entidades atendiam (nocaso fornecendo precioso estudo produzido pelo CREA-RJ) e pouquíssimoaconteceu. Sumiram quase todos.

    Aspessoas pediam prioridade para o atendimento às famílias flageladase o reflorestamento das coroas de morro, causa maior da desgraça(vide Dr. Rolf Dieringer e Relatório do CREA). Depois, cuidar-se-iada parte baixa, do fundo do Vale, pois se começássemos por baixo,qualquer chuva forte se encarregaria de produzir novamente o mesmoséquito de efeitos, destruindo o que fora feito no leito e junto aosrios… Para resumir uma longa história, a ação do Minha Casa,Minha Vida foi um fiasco em Petrópolis, e as coroas dos morros, quepediam as mais baratas dentre as ações, continuam peladas etratoradas.. 

    Seo Poder Público, Estadual e Federal, merecem notas vizinhas de zeropor sua ação (?) no Cuiabá, os moradores do Vale (por suaAssociação e iniciativas particulares), a população e entidadesde Petrópolis, o bispo diocesano D. Filippo Santoro, a Comissão daCâmara Municipal, a Secretaria Municipal de Defesa Civil, o CREA,dedicaram-se ao máximo limite do possível. 

    Nenhumórgão que faltou com as suas obrigações mandou mensagempenitenciando-se. Alguns estão muito ocupados, a sobrevoar osAbrolhos de helicóptero.

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