• Ciclofaixa da Barão dá lugar a ônibus de turismo e prejudica uso de bicicletas

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  • 12/12/2019 09:50

    Paralelo ao Natal Imperial, petropolitanos precisam manter a rotina de trabalho, estudo e, principalmente, deslocamento dentro da cidade. A grande quantidade de ônibus de turismo que tem circulado dentro do Centro Histórico tem trazido transtornos para quem enfrenta o trânsito rotineiro e já congestionado do município. Além disso, o estacionamento de ônibus de turismo na ciclofaixa na Avenida Barão do Rio Branco, tem prejudicado motoristas e ciclistas que utilizam a rota diariamente.

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    A Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) elaborou um esquema tático para os dias do Natal Imperial (14 de novembro a 12 de janeiro), ampliou os rotativos e deu prioridade ao estacionamento aos ônibus de turismo. Mas diferente do que aconteceu durante a Bauernfest, em que os ônibus tinham prioridade fora do Centro Histórico, todos os ônibus estão autorizados a estacionar em vias de maior movimento. 

    O segurança Rafael Dutra, de 39 anos, faz o trajeto Centro e Itaipava diariamente de bicicleta pela Avenida Barão do Rio Branco, com o estacionamento dos ônibus ocupando a ciclofaixa, ele está evitando a via. “Nos dias de chuva passei a ir de carro para o trabalho, mas, ainda assim, estou evitando a rota Barão. O horário que vou trabalhar é o horário de maior movimento e fica impossível passar por ali”, disse. 

    Rafael conta que normalmente passar de bicicleta pela rua já é uma preocupação principalmente pelo desrespeito dos motoristas e a falta de fiscalização. “Não tem fiscalização, nada que limite a velocidade. Os ônibus, principalmente, fecham a gente na ciclofaixa. Os carros passam em alta velocidade dando susto na gente. Pelo menos 90% dos motoristas não tem educação nenhuma, não respeitam”, lamentou. 

    A Acipe – Associação dos Ciclistas de Petrópolis – oficiou a CPTrans para que tomasse medidas para minimizar o transtorno durante os dias de festa, e sugeriu alterações no plano tático indicado pela companhia para que não prejudicasse os ciclistas. Entre as sugestões, estão o estacionamento de veículos menores, ocupando apenas a pista de rolamento da direita, para que a ciclofaixa ficasse livre para os ciclistas. Em alguns pontos da via há estreitamento da calçada, e a ciclofaixa é utilizada também por pedestres. A associação ainda pede ampliação de fiscalização no local com a presença de agentes e a redução de velocidade de 50km/h para 40km/h nos fins de semana. 

    “Ando pela cidade toda, principalmente pelo Centro. E o estacionamento irregular sempre atrapalha. Sempre desrespeitam, carros, caminhões… É um risco para os ciclistas, eu mesmo já passei por muitos perrengues”, contou o ciclista Breno Antônio Ferreira.

    A Prefeitura foi questionada e informou que nos fins de semana além do Centro Histórico, os ônibus também podem parar no Bingen e no Quitandinha. E que a extensão da Avenida Barão do Rio Branco é uma alternativa para diminuir o fluxo do trânsito nas ruas do Centro Histórico. O estacionamento no trecho citado foi utilizado de maneira pontual, não chegando a ter mais de 15 veículos em momentos de pico. 

    E segundo a Prefeitura, a CPTrans, no entanto, manteve equipes fazendo rondas e conversando com motoristas para interferir em quaisquer situações que poderiam gerar riscos. E informou que Petrópolis recebeu mais de 200 ônibus no sábado e 115 no domingo – pessoas que chegam de diversas partes do estado e do país para aproveitar o Natal Imperial, garantindo emprego e renda para milhares de famílias petropolitanas.

    Informou ainda que sobre o estacionamento ao lado da ciclofaixa, (conforme sugerido pela Acipe) ele é inviável, visto que o espaço físico não comportaria dois veículos ao mesmo tempo com o ônibus disponível ao lado da faixa. Na elaboração do planejamento para a festa, diversas pastas se manifestaram. O circuito de atletas, inicialmente suprimido aos domingos no período do Natal Imperial, por exemplo, foi restabelecido até as 12h aos domingos – atendendo uma demanda dos atletas que utilizam a área. O evento estima receber mais 450 mil pessoas e movimentar R$ 300 milhões na economia. O Circuito Imperial de Lazer, que acontece aos domingos no local, permanece neste período até 12h.

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