• Chuvas de verão e a ameaça do túnel extravasor

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 06/01/2020 16:39

    Construído na década de 70, o túnel extravasor do Rio Palatinato se torna uma ameaça a milhares de moradores do Itamarati e Quissamã, toda vez que chove forte. Com mais de três mil metros de comprimento, seguindo da Rua Souza Franco, no Centro, até a Rua Pedro Elmer, no Itamarati, o túnel apresenta problemas estruturais. Com o temporal da tarde de quinta-feira, dois grandes buracos se abriram bem na sua rota revelando a fragilidade de uma estrutura que nunca passou por reformas.

    “A única solução é nos unirmos e levarmos esse problema para o Ministério Público. Precisamos saber qual a real situação estrutural do túnel. Não há um estudo profundo e nunca houve uma reforma ou recuperação dele”, protestou Rita Mendes, de 59 anos, moradora há 33 anos de uma das ruas do Quissamã por onde o túnel passa.

    Leia também: Chuvas abrem crateras na Rua Francisco Scali, no Quissamã

    A estrutura atravessa três localidades: Centro, Quissamã e Itamarati e foi construído para desviar as águas do Rio Palatinato, evitando o encontro com as águas do Rio Quitandinha, causador de enchentes na região central da cidade. Na rota do extravasor estão casas, lojas, supermercados e até fábricas. Boa parte dessas construções e dos terrenos estão sobre o túnel. Em alguns trechos, ruas foram construídas sobre o extravasor, pelas quais passam todos os tipos de veículos, inclusive ônibus e caminhões. 

    Os dois buracos que se abriram ficam na chamada Rua do Túnel – entre a Francisco Scali e Missionária Christie, no Quissamã. Em um deles o asfalto cedeu formando uma enorme cratera, impedindo o acesso de veículos. O segundo buraco, localizado no final da rua levou parte do terreno de uma casa abrindo uma cratera de cerca de quatro metros, onde é possível ver a estrutura do extravasor.

    “Quando o chão ruiu toda a casa tremeu. Parecia que tudo iria abaixo”, contou o morador, Nilton Gomes, de 72 anos. Parte do terreno do imóvel onde fica a garagem foi engolido deixando a mostra uma das paredes do túnel. “Podemos ver que com a força da água dois buracos de abriram no túnel e água está saindo dele. Minha casa só não foi toda embora porque existe uma boa estrutura (sapatas) que conseguiram sustentar tudo”, disse o morador.

    O imóvel tem dois andares e a força da água escavou cerca de sete metros por baixo da residência. “Moro aqui há 40 anos e isso nunca aconteceu. Não sabemos como está a estrutura e nem que tipo de manutenção é feita”, ressaltou Nilton. 

    Últimas