• Chegada da Primavera anuncia fim da temporada de montanhismo na cidade

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  • 24/09/2019 12:38

    A temporada de montanhismo, iniciada em maio, começa a se despedir. Sem regra para o encerramento, as caminhadas em trilhas começam a ser menos frequentes com o início da primavera, quando as temperaturas começam a subir, e alternativas para continuar em meio a natureza começam a ser exploradas, como as cachoeiras e trilhas curtas. E se engana quem pensa que os benefícios desse tipo de atividade é só para o corpo. O contato com a natureza é mais um dos recursos inerentes da nossa realidade que podem ajudar na prevenção de várias doenças mentais.

    “Não tem uma regra para o fim, termina o inverno, começa a ter uma incidência maior de chuva e temperaturas mais altas, as trilhas começam a se tornar mais perigosas, com o solo escorregadio e a incidência de raios, que aqui em Petrópolis é comum. E o calor também torna o percurso desconfortável. O ideal nessa época já começa a ser trilhas mais curtas de 40 minutos a uma hora e passeios em cachoeiras”, contou a presidente do CEP (Centro Excursionista de Petrópolis), Letícia Fliess.

    Anualmente, milhares de montanhistas exploram as trilhas e os caminhos de montanhas de Petrópolis, para a prática de Trekking, Camping, Travessias, Caminhadas Ecológicas, Mountain Bike, Trail Run. As mais de 200 trilhas catalogadas contam com níveis fáceis e outras mais exigentes e atraem cerca de 150 mil pessoas por ano no período de maio a setembro. 

    O contato das pessoas com a natureza está relacionado com a sua saúde como um todo, não só mental. Estudos comprovam que as pessoas que tem um contato com a natureza de, pelo menos, duas horas semanais mostram não só menores níveis de depressão e ansiedade, mas também menos problemas de hipertensão ou diabetes. E os benefícios referentes a saúde mental, inclusive, aumentam conforme é aumentado o tempo de contato com a mãe natureza.

    “O ser humano passou a grande parte da sua existência em contato com a natureza, então não é difícil perceber que o contato com o verde, com o sol e animais, com os pássaros livres cantando, por exemplo, possam aliviar o estresse, diminuir o risco de doenças emocionais, mentais, inclusive a depressão. Porque é sabido que essa realidade urbana de um modo geral, prejudica não só a saúde física, com a poluição do ar, mas também, e, principalmente, a saúde mental, porque são vários tipos de poluição ocorrendo ao mesmo tempo, tanto para os nossos sentidos, quanto para as nossas emoções”, explicou a psicóloga, Simone Vianna Hang.

    Diante desse contexto todo, a ciência vem nos mostrar que atividades ao ar livre, entrando em contato com a natureza, é uma das coisas que precisa ser incorporada na nossa rotina, porque é uma forma de tratamento preventivo, “somos seres integrais, não dá para dicotomizar, dividir o corpo e a mente, as emoções do que sentimentos para o que somos fisicamente, então esse contato com a natureza é um excelente recurso para redução do cortisol, por exemplo, que é o hormônio do estresse, além de interferir diretamente na frequência cardíaca, na qualidade do sono, da imunidade, redução da ansiedade, tudo isso leva para uma melhor qualidade de vida”, continuou a psicóloga. 

    Estudos mostram que os níveis de doença mental nas grandes cidades em geral é maior que aqueles do campo. O que não quer dizer que o contato com a natureza por si só resolva todos os problemas de saúde mental. 

    “É claro que a questão não é tão simples, existem vários fatores que influenciam, como o crescimento desordenado das cidades, que acabam com as áreas verdes, a realidade das violências urbanas que impõem bastantes desafios que levam até ao sedentarismo, porque as pessoas acabam ficando com medo de sair de casa, isso tudo acaba não só na perda de habilidades motoras, mas principalmente nas habilidades sociais e consequentemente nas habilidades emocionais”, explicou Simone.

    “Quando falamos de depressão, não podemos generalizar, porque remete a diversos fatores que precisam ser avaliados, então não podemos generalizar e dizer o que seria a cura da depressão, mas a influência que é muito positiva na saúde da pessoa, influencia diretamente em depressões, principalmente depressões leves, ou até na prevenção dela. Hoje se estuda, um transtorno que é o transtorno de deficit de natureza, não é um transtorno ainda reconhecido, mas está sendo estudado porque nos precisamo rever nossos conceitos em relação a natureza, o impacto que isso traz para a gente”, continua a especialista.

    A natureza ajuda na recuperação do cansaço, do estresse causado pela correria do dia a dia, melhora a satisfação, o desempenho, melhora no aprendizado e nas funções cognitivas. As atividades ao ar livre, de um modo geral, ajudam a aliviar sintomas de estresse e depressão, auxilia no desemprenho das habilidades, porque lida com a criatividade, interatividade social, as pessoas ficam menos presas a outros recursos.

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