• Charretes reaparecem em frente ao Museu Imperial, agora puxadas por carros

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  • 29/07/2019 16:00

    O domingo começou diferente no Centro Histórico: as famosas charretes, que durante anos fizeram parte do cenário da Rua da Imperatriz, em frente ao Museu Imperial, reapareceram “repaginadas”. Em sinal de protesto contra o que consideram falta de apoio do governo municipal, charreteiros levaram duas delas para o local. Agora puxadas por carros de passeio – um Fusca e um Monza – ofereciam passeios aos turistas. Das 8h às 11h30 as duas “charretes motorizadas” já tinham feito cinco passeios. Por volta de meio-dia, Guarda Civil e CPtrans chegaram ao local e apreenderam as charretes, justificando a inexistência de autorização para o serviço.  

    O charreteiro Adalberto Raposo Borges diz que teve a ideia ao ver, no sítio de um amigo, uma charrete puxada por um carro. “Desde o fim da atividade estamos em situação complicada, vivendo de biscates. A gente pega serviço de capina, de pintura… A Prefeitura ofereceu apoio para que a gente conseguisse alguma coisa, mas sempre vivemos do nosso próprio negócio. Não é justo tirarem tudo assim”, explicou. “Proibiram os cavalos, não proibiram? Agora não há mais animais. Então acho que não há mais razão para impedirem os passeios”, opinou.

    Durante a semana o grupo planeja ir à Câmara de Vereadores em busca de apoio para a retomada dos passeios. Eles querem autorização da Prefeitura para voltar a operar, agora com carros. “Quando fizeram o plebiscito falavam na substituição das charretes puxadas por cavalos por charretes elétricas, mas até agora, quatro meses depois da proibição, não houve qualquer avanço neste sentido. Foram muitas as promessas, mas nada foi cumprido”, lamentou. 

    Leia também: Prefeito solicita regulamentação das charretes elétricas ao governo federal

    Cibele Raposo, irmã de Adalberto, diz que os charreteiros foram abandonados pelo Poder Público. “A Prefeitura dá cesta básica pensando que isso basta, mas esquece que temos água, luz, água, gás. Cadê o dinheiro que seria investido nas charretes elétricas? Ninguém está preocupado. As famílias pagam aluguel e têm filhos pra sustentar. O que fizeram conosco é um crime”, criticou, lembrando que 30 famílias viviam da atividade. “Éramos 13 nas charretes, mais as pessoas que nos ajudavam”, lembrou.

    Adalberto citou a atuação dos protetores de animais antes do plebiscito. “Os animais têm os protetores, que vão as ruas e os defendem, mas e nós? Nós amamos os animais tanto quanto os protetores. Tenho seis cavalos e cuido como cuido da minha família. Também os defendemos e não somos contra a retirada deles do serviço. Só esperávamos que alguém nos defendesse também”.

    Em nota, a Prefeitura informou que as charretes “não tinham autorização do município para executar o transporte de passageiros e, por isso, foram removidos, conforme estabelece o artigo 231, inciso VIII, do Código de Trânsito Brasileiro. Os proprietários também foram autuados”. Os carros de passeio utilizados pelos charreteiros foram liberados. 

    Ainda segundo a nota, “a Prefeitura vem trabalhando para manter a tradição dos passeios pelo Centro Histórico sem a utilização dos animais, o que foi definido após a realização do plebiscito em outubro do ano passado. O municipio já apresentou à Secretaria Nacional de Transportes Terrestres projeto para estabelecer as normas para uso de charretes elétricas como meio de transporte, que será analisado agora pela área técnica do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)”

    O Município também alegou que mantém o atendimento aos charreteiros no Espaço do Empreendedor, no Centro Administrativo, oferecendo diversos serviços gratuitos como inscrição no Balcão de Empregos, busca de vagas para comércio de ambulantes, encaminhamento para busca por microcrédito, orientação sobre como obter se tornar um MEI, cursos de informática, vagas de EJA e de estágio junto ao CIEE. “O município vem atuando para respeitar a decisão tomada pela população no plebiscito que definiu pelo fim da tração animal, e em paralelo busca viabilizar a continuidade ds tradição dos passeios pelo Centro Histórico de outra forma”, finbalizou Governo Municipal, no texto.

    Leia também: Ação judicial tenta anular o plebiscito que proibiu as charretes em Petrópolis

     

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