• Casarão abandonado traz risco à vizinhança

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 18/10/2016 12:00

    O casarão tombado que pertenceu a Nair de Teffé, na Estrada da Saudade, continua abandonado. O local apresenta risco à vizinhança. No último feriado, 12 de outubro, dois carros foram atingidos por pedras que vieram da direção da casa. Além da possibilidade iminente de desmoronamento – como o telhado que desabou em agosto –, moradores denunciam invasão diária da propriedade por vândalos e usuários de drogas.

    Tábata Sampaio, de 28 anos, auxiliar contábil, e André Jordão, de 53 anos, motorista da Honda, estavam em um dos carros que foi atingido pelas pedras, que quebraram o vidro do lado do motorista. “A princípio nós achamos que as pedras tinham desmoronado do casarão, pois sempre cai alguma coisa dali. Está muito abandonado. Mas os vizinhos disseram que as pedras foram arremessadas por vândalos que haviam invadido a casa”, contou Tábata. O incidente causou um prejuízo de R$ 500,00 a André, que teve que consertar o carro às pressas, pois, como trabalha com o carro, não poderia dirigir com o vidro quebrado. “Quem paga por isso? Nós tentamos recorrer à Polícia e à Defesa Civil, mas ninguém fez nada”, disse.

    Luiz Sousa, de 51 anos, que trabalha com construção civil, é o dono do outro carro que foi atingido e teve parte do teto amassado e vidro e portas arrranhados. Ele conta que foi à Delegacia, mas que disseram que não podiam fazer nada. E nem chegou a poder fazer a ocorrência. “Eu acho que deviam demolir logo essa casa, porque para ficar desse jeito, com as pessoas fazendo o que estão fazendo, fica perigoso”, disse.

    Os vizinhos contam que o problema se arrasta há anos. O casarão foi abandonado e depredado, com portas, janelas e tudo quanto é maçanetas, torneiras e puxadores roubados. “E eles fazem isso em plena luz do dia. Entram e levam as coisas. Além disso, a casa também é utilizada para uso de drogas e para esse tipo de vandalismo. Foram pessoas que tacaram as pedras semana passada, não foi desmoronamento”, afirmou Maria Conceição Borba, advogada, de 52 anos. “As pessoas estão com medo de passar aqui pela rua”. A casa dela divide cerca com o casarão que já abrigou atividades da Fundação Paulo Amorim.

    Mas além dos constantes inconvenientes causados pelos invasores da casa ao lado, parte da propriedade (uma casinha de caseiro) foi construída no terreno de Maria Conceição na época que o casarão pertencia a Paulo Amorim. Por conta disso, a advogada entrou com uma ação na Justiça, que já foi, inclusive, ganha, mas até hoje ela não recebeu a indenização. "É uma confusão que envolve essa casa e ninguém tem coragem de peitar para resolver a situação, nem a Prefeitura, nem juiz, nem ninguém", desabafou.

    O comandante do 26°BPM, Eduardo Castelano, apontou a complexidade da situação, em que a Lei acaba engessando o trabalho para resolver os problemas no local. “Tratando-se de uma propriedade particular, não é possível que nossa equipe entre lá para averiguar o que está acontecendo, pois, caso não haja nada, também estaríamos cometendo crime de invasão de propriedade”, disse. De acordo com o comandante, pela Lei, a Polícia só tem permissão para entrar na propriedade em três tipos de situação: estar cumprindo um mandato de busca e apreensão ou de prisão; uma vez que Prefeitura apresente o proprietário e ele autorize a entrada; ou por flagrante delito. “Na verdade, o grande responsável por isso tudo é o proprietário, que deixou a casa abandonada, criando o cenário para esse tipo de uso, causando problemas à segurança pública de Petrópolis”. O comandante informou ainda que enviará um ofício à Prefeitura, solicitando que a instituição requeira ao proprietário que autorize a entrada da Polícia no local.

    A Secretaria de Proteção e Defesa Civil informou que, hoje, não há indícios no imóvel que apontem que a construção ofereça riscos para vizinhos ou para quem passa pela via. A Defesa Civil relembrou ainda que, em agosto, logo após parte do telhado do imóvel particular desabar, técnicos foram ao local para uma vistoria. “Na ocasião, para minimizar os riscos iminentes de novos desabamentos no local, a Defesa Civil coordenou, no mesmo dia, uma operação especial no imóvel para o desmonte do telhado, com a retirada das telhas, das estruturas de madeiras e das colunas”. A operação mobilizou Comdep, CPTrans, Secretaria de Obras, Guarda Civil e Corpo de Bombeiros.




    Últimas