• Carne contaminada

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  • 24/03/2017 12:00

    Nos últimos dias deram uma trégua ao noticiário sobre as prisões em Brasília, no Rio de Janeiro, a Operação Lava – Jato e outas mais e os jornais, TV, redes sociais e entre ciclos de amigos, no trem, ônibus, metrôs, avião, ruas, parques e jardins só se fala em carne estragada com ácido e até papelão, segundo Polícia Federal. Causa perplexidade o requinte de crueldade somado à criatividade das pessoas e empresas ao arquitetarem todos os dias essas manobras e falcatruas. 

    Esses escândalos atingem a todos. As bolsas sofrem queda e a credibilidade daqueles que emprestam suas imagens aos produtos dizendo maravilhas sobre a qualidade e o valor alimentício e nutricional. O artista que vende carne e se sabe que a maioria é vegetariana, vende roupas populares e de grife quando na verdade não as usam nem para passeios em seus iates, sítios ou fazendas. Isso sem falar naqueles que induzem o povo a realizar empréstimos a juros tentadores… A notícia sobre a carne podre e batizada com produto químico para maquiá-la, fazê-la parecer saudável, desvia os holofotes e ganha novos ingredientes: papelão, ratos, baratas, morcegos, insetos, pombos e outros que por infelicidade são atraídos pelo cheiro, sabor ou pela fome. Ressaltam os órgãos fiscalizadores que “os alimentos impróprios para consumo eram destinados tanto ao mercado interno quanto à exportação” descobriu que os frigoríficos envolvidos no esquema criminoso "maquiavam" carnes vencidas com ácido ascórbico e as embalavam novamente para conseguir vendê-las. Entre produtos químicos e fora da validade, há casos como a inserção de papelão em lotes de frango. 

     O noticiário trouxe a público que “na rede pública do Paraná, também, a PF informou que a salsicha de peru veio com substituição por proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango.” Ainda que pareça que isso dos males é o menor se revela em uma aberração. Induz o consumidor a comprar um produto quando na verdade é outro.   Todo o dia se ouve que “inúmeras crianças de escolas públicas do estado estão se alimentando com refeições compostas por produtos vencidos, estragados e muitas vezes cancerígenos” Desde criança aprendemos que o alimento é sagrado desde as mesas de linho engomado àquela que aplaca a fome do pobre operário. Mamãe dizia: “dai o pão a quem tem fome e mate a sede de justiça de quem tem pão”. Ela certamente leu nas passagens Bíblicas. Na hora das refeições jamais deixávamos de rezar as Ave-Marias e  de agradecermos pelo pão de cada dia.

     O trigo moído e triturado corre o risco de estar também contaminado. Os milionários proprietários dessas empresas comem dessa carne? A salsicha, a mortadela, afiambrados, presunto e tantos outros são levados a sua mesa? Tenho dúvida. Isso abala mais uma vez a credibilidade brasileira e provoca o desemprego a milhares. O Japão, a China, União Soviética, os Estados Unidos, Inglaterra, Chile, Irlanda, Oriente Médio e tantos outros com muita razão buscam explicações e  suspendem a importação desses produtos. Causa tristeza e desapontamento assistir o tempo passar temerosos com o que há de vir. Qual próximo escândalo? Nos esportes? Nas obras superfaturadas, propina? O povo já não tem mais lágrimas para chorar, a quem reclamar e onde se apoiar. Nossa única esperança reside em Deus que livrou seu povo das pragas do Egito como disserta o antigo Testamento há de nos defender dessa escória que afronta a dignidade humana.

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