• Buscando o diálogo

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  • 31/01/2018 17:55

    Segundo relato a mim feito por um grande companheiro e amigo, no seu entendimento as pessoas estão, via de regra, grosseiras e até agressivas. 

    Disse-me que durante um encontro com objetivo de debater assuntos que a todos interessava, pode perceber algumas delas absolutamente caladas, sem que esboçassem, pelo menos, um sim ou um não; outras poucas por sua vez, ante a algazarra montada buscavam a conciliação e o entendimento; todavia, para alcançar tal intento, necessitavam colocar suas idéias e serem, pelo menos, ouvidas.

    Ocorre, entretanto, segundo o caro amigo, que outras tantas decidiram perseguir caminhos sinuosos para não chamá-las de desrespeitosas, tudo com a finalidade de fazerem valer os seus pontos de vista, que até poderiam prevalecer, desde que colocados de forma cortês.

    Ressalta que vem observando tais procedimentos com frequência em diferentes eventos dos quais participa e confessa que se assusta, principalmente, com exagerada ênfase de algumas delas, quando chegam até ao ponto de desrespeitar pessoas mais idosas, como também, os próprios companheiros participantes desses eventos, atitudes que não podem ser concebidas; sustenta, por outro lado, que aprendeu, exatamente o contrário e que aos mais velhos, ainda que combalidos em decorrência do transcorrer dos anos, o respeito há que sempre lhes ser devido e a obrigação de ouvi-los.

    Assim e que não foi por mero acaso que o poeta escreveu:

    “Dê carinho ao mais idoso, / não o trate com desdém, / pois você jovem formoso, / vai ficar velho também”.

    Entretanto, como frisado, em razão dos inúmeros encontros dos quais já participou, com a finalidade de atender compromissos meramente de ordem profissional, continua assistindo, com perplexidade e tristeza, cenas das mais deprimentes quando algumas figuras, “donas da verdade” e até mesmo “carregando” a malsinada condição de ingratos, agem de forma a aniquilar os mais velhos.

    Enfim, acredita que no mundo turbulento em que se vive, tudo é possível acontecer, muito embora não venha a concordar com tais posicionamentos, reagindo com repulsa, porém sempre de forma educada a ocorrências que francamente lhes desagradam e deixam-no desconfortável para permanecer em recintos “pesados”.

    E conclui destacando que, a bem da verdade, acaba em certos momentos por integrar o rol dos vencidos; entretanto, bate no peito e diz: “não me deixo abater perante àqueles que não sabem se colocar num ambiente onde se discutem temas importantes na busca de soluções que hão de nascer com vistas a prevalecer o bem comum e o atendimento do pleito de cada um”.

    Não pude deixar de concordar com o queixoso e, por isso mesmo, permito-me recordar o poeta quando pondera:

    “Não causem a outros tormentos, / por passatempo ou maldade, / quem, aqui, espalha ventos, / aqui, colhe, tempestades”.


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