• Brasil, o país do calote

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  • 30/11/2016 12:00

    Quando Charles de Gaulle esteve por aqui em nosso país falou, provavelmente num momento infeliz, que o Brasil não era um pais sério. Foi um Deus nos acuda. Um problemão foi criado e por pouco o Brasil não declarou guerra à França. O problema foi resolvido através dos meios diplomáticos, para a nossa felicidade, já que, em termos bélicos, levaríamos tremenda desvantagem. 

    O tempo passou e continuamos agindo sem a seriedade necessária: “devo e não nego e pago quando puder”, é uma das declarações mais conhecidas de nossa língua. E o mais interessante é que quem costuma pagar suas dívidas é a parte pobre da população, que não deseja perder o crédito, nem de ver o seu nome sujo no SPC.  Quem costuma dar calote é o governo e a classe privilegiada que, até por isso mesmo, consegue enriquecer. Basta ler as manchetes dos jornais. 

    Dias desses a Tribuna de Petrópolis publicou: “Prefeitura cobra na Justiça mais de RS303 milhões devidos por RJ e União”. Depois a população reclama do mau atendimento dos bens públicos, principalmente com relação à saúde, onde falta dinheiro para o básico, tais como: seringa descartável, gaze, esparadrapo e o mercúrio cromo. E o mesmo jornal ainda publicou na mesma edição: “A intenção do governo estadual é a de extinguir o aluguel social”. 

    De acordo com o que noticia a mídia, em geral, o Brasil está pobre, tanto a união, quanto os estados e municípios. A penúria é geral. E o assalariado como está? Está correndo o risco de não ter ao final do ano seu décimo terceiro salário. Um grande drama para a indústria e, principalmente para o comércio. Por aqui, em nossa aprazível cidade, o que vemos? Vemos uma infinidade de lojas fechadas na Rua Teresa, ponto forte de nosso comércio. 

    Mas, em compensação, os Bancos estão indo muito bem. Doze bilhões foi o lucro de determinada bandeira. Na crise os políticos também se beneficiam e tal fato faz o maior sentido, já que boa parte da crise costuma ser gerada pela má gestão do dinheiro público. Afinal, quando o  proletariado perde, é sinal de  que os banqueiros e os políticos estão ganhando. A economia é um assunto complexo, mas, apesar de toda a sua complexidade, revela uma verdade indiscutível: para que poucos lucrem cada vez mais, será preciso que grande parte da população continue perdendo. 

    Determinado jornal, de grande circulação nacional, publicou: “Delação da Odebrecht deve atingir, ao menos, 130 políticos”, o que creio eu que deve ser bem mais. Agora, falando sério, pergunto; se não fosse essa crescente e volumosa corrupção que graça no país, o Brasil estaria de pires na mão?

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