• Bandeira Vermelha abaixa, mas conta de luz continua 50% mais cara

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  • 31/01/2016 07:00

    A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira (29) que a bandeira para o mês de fevereiro será a vermelha com custo de R$ 3,00 a cada 100 Kwh consumidos. Este é o menor valor estipulado desde que o sistema foi implantado em janeiro do ano passado. Nesta semana, a Aneel reviu os valores das bandeiras tarifárias e estipulou a criação de dois patamares para o caso da vermelha, o primeiro com custo de R$ 3,00 a cada 100 Kwh consumidos. O segundo representa o que ficou em vigor durante todo o ano de 2015, custo de R$ 4,50, com a mesma quantidade de Kwh consumidos. O valor da bandeira amarela também foi atualizado, passando de R$2,50 para R$1,50. 

    A redução de R$ 1,50, no caso da bandeira vermelha, pode representar economia para os brasileiros. Mas, por outro lado, em Petrópolis, por exemplo, haverá aumento anual da conta de luz no mês de março. Segundo a Ampla, concessionária responsável pelo abastecimento de energia elétrica na cidade, ainda não há previsão de quanto será esse aumento, uma vez que depende da autorização da Aneel. 

    O economista Gastão Reis chamou a atenção de que com esse sistema de bandeiras, a conta de luz ficou 50% mais cara em 2015, comparando com 2014. Para este ano, ele disse que a expectativa de abaixar esse valor depende muito de como estará o nível dos reservatórios em abril, passado o período de chuvas. “Sabemos que o quadro hidrológico melhorou muito porque choveu bastante nos últimos dias. Isso significa que as usinas térmicas não estão sendo utilizadas e são elas que deixam a energia elétrica mais cara”, explicou. 

    Além disso, ele observou a criação do sistema de bandeiras tarifárias. “A desculpa do governo ao criar essa medida era que isso incentivaria um consumo consciente, porque levaria as pessoas a economizarem mais, uma medida educativa”. Porém, ele lembra que, no passado, abaixaram artificialmente o valor das contas, o que induziu as pessoas a consumirem mais. De repente, instalaram as bandeiras e os valores aumentaram. “Esse é um problema que não é de hoje e reflete a incompetência do governo. Se houvesse um reajuste normal ao longo do tempo, haveria uma situação mais confortável para o consumidor, que acabou levando uma pancada no ano passado”, criticou. 

    Com os valores revistos pela Aneel, a diminuição na conta não será tão significativa assim. Na opinião do economista, os brasileiros devem economizar cerca de R$ 3,00 por mês. “Para uma casa que consome, em média, 200 Kwh, a conta vai cair de R$ 157,00 para R$ 154,00. Ou seja, o impacto dessa mudança, é muito pequeno”. E, por outro lado, ele destaca que se haverá um aumento por parte da concessionária, essa economia será anulada. Ou seja, a conta de luz em 2016 continua 50% mais cara do que a cobrada em 2014.

    Para Gastão, a única possibilidade de melhora nesse sentido é se em abril houver uma recomposição dos reservatórios e uma suspensão do sistema de bandeiras tarifárias. “Entre 2010 e 2015 tivemos períodos longos de chuvas escassas. Então, mesmo após os períodos de alto índice pluviométrico, os reservatórios continuavam muito baixos. Este ano, percebemos que está havendo uma recuperação significativa desses níveis, o que pode gerar um impacto positivo”, disse. 

    Apesar de um certo otimismo com relação a isso, a orientação do especialista, nesse momento de crise econômica que o país enfrenta, é justamente economizar em todos os lados. “Os consumidores devem ser extremamente cuidadosos com o uso de aparelhos domésticos, ar-condicionado. Quando o consumo é menor, o valor da conta de luz acompanha”, declarou. 

    Já a respeito da situação econômica como um todo, ele destaca que ainda é hora de apertar os cintos. “Estamos vivendo uma situação de um governo com flexibilidade zero e que não está conseguindo tomar as medidas necessárias para colocar a economia do país em ordem. Portanto, não existe uma previsão muito melhor para 2016. O que percebemos é que também será um ano difícil, em que as pessoas devem ter cuidado com as contas e os gastos e, se possível, manter uma quantia reservada na poupança”, finalizou. 



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