• Bancários não entram em acordo e greve continua

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  • 21/09/2016 08:30

    A greve dos bancários já completa 15 dias. Em Petrópolis, não funcionam as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica e os bancos privados fazem um rodízio na paralisação. Na última sexta-feira, os bancários rejeitaram a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Não há previsão de data para novas reuniões ou assembleias.

    Essa é a terceira semana de greve e na segunda-feira se somaram 13.071 agências paralisadas em todo o país – número que, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Petrópolis, trata-se de um recorde para a categoria. “Esses números refletem a insatisfação dos bancários diante do descaso da Fenaban, que até o momento não apresentou uma nova proposta que atenda às necessidades da categoria”.

    A última proposta apresentada pela Federação oferecia aos grevistas reajuste salarial de 7% e abono de R$ 3,3 mil. Para os bancários, a proposta não foi suficiente, porque o reajuste estaria abaixo do índice de inflação, que já chegou a 9,62%. Além disso, para eles, as outras reivindicações continuam sendo ignoradas, como fim das demissões, mais contratações, melhores condições de trabalho e de atendimento à população, segundo o Sindbancários.

    Na prática do direito garantido pela Constituição, os bancários afirmam que a alta lucratividade do setor bancário demonstra que os bancos possuem condições de atender às reivindicações da categoria. Segundo o sindicato, só em 2015 o Itaú Unibanco lucrou R$ 23,35 bilhões. Já o Bradesco chegou aos R$ 17,19 bilhões, o Banco do Brasil atingiu R$ 14,4 bilhões, a Caixa R$  7,2 bilhões e o Santander chegou a lucrar R$ 6,624 bilhões.

    Em meio às 'quase' negociações, quem tem pago o preço é a população. A alternativa que tem salvo para conseguir pagar as contas são as agências lotéricas, onde é possível ver longas filas. Mas nem todos os problemas é possível solucionar lá. A aposentada Rita de Fátima, de 60 anos, ontem pagou um bocado de juros. Com o cartão bloqueado desde o início da greve, no dia 06, ela ficou esse tempo todo sem ter como desbloqueá-lo e, consequentemente, sem ter como pagar as contas. Ontem, ela conseguiu ser atendida por um gerente do Banco do Brasil, que desbloqueou o cartão e pôde finalmente correr em uma agência lotérica para acertar as contas. “Graças a Deus, hoje consegui resolver isso, mas vai ter juros, né? E, para mim, que sempre paguei minhas contas em dias, é horrível ficar devendo”, disse Rita.

    “É bom lembrar que os bancos podem acabar com a greve”, ressaltou o sindicato, “é só atender a pauta da categoria, que inclui reajuste salarial de 14,62% (reposição da inflação mais 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, mais contratações, segurança e melhores condições de trabalho”.

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