• Aviação civil: um mercado em expansão

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  • 08/10/2018 17:35

    Quem está acostumado a viajar com frequência sabe que o avião é a opção de transporte mais comum para longas distâncias, mas muita gente esquece que, para que esse serviço funcione, é necessário muito trabalho de um pelotão que se empenha no dia a dia para garantir o conforto e a segurança do viajante. Esse mercado de profissionais está em plena expansão em todo o Brasil e muitos jovens petropolitanos estão começando a ingressar nesta carreira, preparando-se sem sair da cidade.

    Somente no Brasil, são realizados mais de 3.500 voos por dia para centenas de destinos diferentes. Para que isso ocorra com fluidez, centenas de pilotos, engenheiros, controladores, mecânicos e comissários de bordo trabalham incessantemente. Para se ter uma ideia do crescimento desse mercado, a Azul e a Avianca, duas das maiores empresas de linhas aéreas no Brasil renovaram recentemente suas frotas adquirindo 52 novos aviões do tipo airbus cada. Com isso, os especialistas do mercado preveem a contratação de 500 a 700 profissionais dentre todos esses cargos citados. A tendência é que as rotas aéreas aumentem e novos destinos sejam concebidos, expandindo também o tráfego aéreo no Brasil e no mundo.

    É bastante comum que as pessoas olhem para o comissário de bordo durante uma viagem e pensem nele simplesmente como o empregado que tem a função de servir as refeições durante o voo. Mas por trás disso existe muito mais trabalho, que exige total dedicação do profissional. A função do comissário de voo é tornar a viagem mais agradável e confortável para o passageiro durante todo o trajeto, principalmente se forem longos, como para o exterior. Mas ele também é a referência na qual o viajante pode consultar em quaisquer casos emergenciais. Além de serem os assessores dos pilotos da aeronave e os intermediários entre eles e a tripulação, o que poucos sabem é que os comissários de bordo são instruídos a prestar primeiros socorros, combater incêndios, compreender a meteorologia e a sobreviverem na selva e no mar em casos de desastres.

    Para terem a licença necessária para exercer todas essas funções, é necessário que se tenha inglês avançado e, além disso, prestar uma prova teórica específica da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que é o órgão nacional que regulamenta o ramo. Para que isso seja possível, o indivíduo precisa ser aprovado por alguma escola de aviação homologada e pagar a taxa de inscrição da prova.

    De olho nesse mercado, Petrópolis possui uma escola de aviação civil homologada que oferece um curso para formar profissionais desse meio. A EDAPA Petrópolis formou no último ano, 574 profissionais de mecânica de aeronaves e outros 120 comissários de voo.

    A ex-comissária de voo Lara Stilben, de 44 anos, que também é instrutora do curso de comissários de voo da escola, ressalta a importância do profissional durante as viagens. “Antes mesmo do passageiro embarcar na aeronave, o comissário já fez uma checagem completa de todos os equipamentos de emergência e de segurança. Cintos de segurança, extintores de incêndio, bagagens, poltronas, identificando os passageiros mais próximos das saídas de segurança e etc. Houve o tempo em que, pelo fato de o avião ser uma invenção quase perfeita, o comissário de voo realmente não tinha muitas funções além do serviço de bordo, e por conta disso esse profissional acabava ficando ocioso. Daí surgiu essa necessidade de as grandes empresas da aviação atribuírem mais tarefas para ele, e hoje em dia, apesar de ficar em segundo plano, o comissário tem essa função de garantir a segurança dos passageiros. Sem isso, a aeronave sequer pode levantar voo”, declarou.

    O aluno da turma de comissários de voo da escola, Igor Lagreca, de 22 anos, conta que não sabia ao certo que profissão seguir até que buscou conhecer o ramo da aviação e se matricular na escola.

    “Chega a ser engraçado estudar isso aqui em Petrópolis. Porque apesar de não termos aeroporto aqui na cidade, aprendemos com total imersão. Além dos protocolos técnicos de segurança e de primeiros socorros, aprendemos até sobre postura, etiqueta, comunicação e vestimentas. O profissional sai pronto pra lidar com situações de A a Z”, conta.

    A aluna Maria Alice Sá, de 22 anos, relata também que é possível e que pretende seguir carreira em diversos ramos da área de aviação. “Ser comissário vai muito além do ‘glamour’ que as pessoas veem. Estamos lá para literalmente assegurar que o viajante chegue bem no seu destino. E por ser um ramo tão grande e atraente, pretendo ser comissário por mais ou menos uma década, e depois pretendo ser pilota. Uma vez que você entra nessa carreira, você não quer sair nunca mais”, declara a aluna.

    O curso de mecânica de aeronaves da EDAPA possui carga horária de 1014 horas e dura aproximadamente 13 meses, enquanto o de comissário de voo é de 190 horas e dura 4 meses. A escola existe em Petrópolis há sete anos, e foi fundada para que servisse primordialmente como auxiliar na demanda de mecânicos de aeronaves do mercado, especialmente com a presença da GE Celma na cidade, que é pioneira neste quesito. 

    Hoje, a GE Celma tem um quadro de, aproximadamente, 2.050 colaboradores, incluindo empregados, estagiários e jovens aprendizes. No final de 2017, a empresa tinha, aproximadamente, 1.990 colaboradores. Isto representa um aumento de 3% em número de pessoas. Em seu plano de negócios, a GE Celma contempla um crescimento das atividades ao longo dos anos. Este crescimento é planejado, considerando não somente o aumento do número de posições internas, como também a adoção de um conjunto de ações que visam o aumento da produtividade e eficiência, utilizando de forte foco em inovação e novas tecnologias. 


    Benefícios do mercado da aviação

    Além dos benefícios empregatícios da área, como seguro de vida, plano de saúde, plano odontológico, descontos em passagens aéreas e etc, os comissários de bordo, pilotos e mecânicos tendem a adquirir habilidade de fácil trabalho em equipe por trabalharem com pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo. 

    A carga horária do comissário de voo é definida por escala, isto é, é determinada pelo limite máximo de horas de trabalho junto com o limite máximo de pousos durante a jornada. O tempo máximo que um comissário pode voar em exercício é de 80 horas mensais, e a aposentadoria é concedida após 25 anos de trabalho. Os salários iniciais de ambas as profissões estão em torno de R$ 4 mil. 

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