• Aumenta número de mortes por PMs

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  • 03/08/2016 09:35

    O número de casos de mortes resultantes de ações policiais cresceu 100% entre abril e junho de 2016 no Rio de Janeiro, na comparação com o mesmo período de 2015. A informação é da assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Renata Neder. Segundo ela, este já é um padrão quando se aproximam eventos de grande porte na cidade.

    De acordo com dados da Anistia, até maio 151 pessoas foram assassinadas por agentes públicos de segurança na cidade do Rio de Janeiro, 40 somente em maio – 135% a mais que no mesmo mês de 2015.

    Em 2007, ano de realização dos Jogos Pan-Americanos, o número de óbitos cresceu 30% se comparado a 2006. Em 2014, quando foi realizada a Copa do Mundo, a quantidade de casos aumentou em 40%, tendo como parâmetro o ano anterior. Os dados foram apresentados durante coletiva realizada para expor o uso excessivo de poder dos militares em alguns casos, entre eles as remoções de moradores da Vila Autódromo para os Jogos Rio 2016.

    "Infelizmente, temos notando um padrão de casos sempre que esses eventos se aproximam. O Rio de Janeiro teve uma série de oportunidades de sediar eventos de grande porte, mas não soube aproveitá-lo da melhor maneira. Diversas pessoas morreram em virtude disso. Não custa lembrar da chacina do Pan, em 2007, quando 19 pessoas morreram na comunidade do Alemão. Não precisamos ir muito longe. Recentemente, estamos observando essas remoções da Vila Autódromo. Infelizmente, nossa polícia é uma organização que tem um histórico pesado de uso abusivo de poder. Pelo que mostram os dados, não aprendeu com erros anteriores", disse Renata.


    Aplicativo

    No início de julho, a Anistia Internacional lançou um aplicativo que mapeava regiões da cidade com relatos de fogo cruzado em determinados momentos. Chamado de Fogo Cruzado, o aplicativo, segundo afirmou Renata, registrou, em um mês de uso, 756 notificações de confronto armado por toda a cidade. Mais de 30 mil pessoas baixaram o programa para seus dispositivos móveis.

    "Quando lançamos esse aplicativo, buscávamos ajudar os cidadãos e também ter uma noção de como estava a cidade. É notório que o Rio de Janeiro tem muitos problemas na segurança pública, mas esses 756 relatos de tiroteio são impressionante. Ilustra bem como a cidade falhou imensamente no legado de segurança que a Olimpíada prometia. Como se sentir seguro em um lugar assim?" O Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, foi o local com maior número de ocorrências.


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