Atílio Marotti: antigo CEI Irmã Dulce é invadido e ganha até puxadinho
As invasões em Petrópolis não se limitam apenas às casas interditadas pela Secretaria Municipal de Defesa Civil e Ações Voluntárias. Abandonado, um imóvel sob administração da Secretaria Municipal de Educação, também virou residência fixa de invasores. O imóvel da Prefeitura onde, até 2015, funcionava o CEI Irmã Dulce, no Atílio Marotti, virou residência de quatro famílias, com direito até a um puxadinho.
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O imóvel foi desocupado pela Prefeitura em dezembro de 2015, para uma reforma. A história começou após um curto-circuito que chamou a atenção dos moradores próximos para possíveis acidentes no local. Depois de meses de pedidos e negociação com o governo municipal, no mês de maio de 2016 a Prefeitura iniciou as intervenções. Os alunos do CEI tinham sido transferidos para o CEI Olívia Machado, no Retiro, e até um ônibus foi disponibilizado para fazer o transporte dos alunos. No entanto, a obra nunca foi concluída e com a transição da administração municipal, a reforma foi esquecida e o imóvel abandonado.
Já em 2017, a precariedade da estrutura chegou a ser constatada pela própria Prefeitura, que numa reavaliação verificou que o local não tinha condições de voltar a abrigar as crianças. No entanto, dois anos depois, já na atual administração nem reforma foi retomada e nem nova destinação para o imóvel foi definida. Na entrada da rua uma placa indica que a obra deveria ser concluída em 150 dias. O valor da reforma é de R$ 178.331,96, e estava sendo executado pela empresa Taranto Construtora Eireli.
O abandono do local vem sendo denunciado pelos moradores do Atílio Marotti todos estes anos. A preocupação com o uso do espaço como ponto para uso de drogas e prática de crimes foi relatado pela Tribuna em todo esse tempo. Embora a Prefeitura afirme que tem conhecimento da invasão – e que já tentou contato com as famílias que estão morando no local – nenhuma providência foi efetivamente tomada.
“As famílias que precisam da creche para os filhos estão até hoje se perguntando se a reforma não vai ser feita. A casa abandonada virou um abrigo perfeito para invasores. A gente fica com medo porque não conhece quem mora ali. Mas a indignação é principalmente porque precisamos e queremos a volta da creche aqui e nada foi feito todo esse tempo”, disse uma moradora que por medo de represália preferiu não ser identificada.
Na parte de trás do imóvel, está sendo feita uma construção, que parece ser um anexo da casa. A obra que parece ser feita já há algum tempo, mostra há quanto tempo ninguém aparece para fiscalizar. Segundo a Prefeitura, a Procuradoria Geral do município vai ingressar com uma ação de reintegração de posse do imóvel para que a Secretaria de Educação possa viabilizar as obras necessárias no prédio. A Prefeitura não informou porque a obra não foi retomada, e nem se há previsão do retorno do CEI em outro imóvel no Atílio Marotti.