• Atentado aos direitos

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  • 20/08/2016 11:00

    Verdadeiros atentados estão sendo perpetrados em Brasília, mais precisamente no Congresso Nacional e envolvem ataques diretos a direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora após décadas de mobilizações. Todo o patrimônio de lutas de gerações inteiras tende a ser jogado no lixo caso os principais atingidos por mais esta violência das classes dominantes não operem a resistência.

    Vendido à opinião pública como um inevitável e necessário processo de ajuste produtivo, nem mesmo a manipulação midiática é capaz de ocultar o verdadeiro caráter de mais esta manobra falaciosa da burguesia com o objetivo de recrudescer a exploração sobre os trabalhadores retirando seus direitos, aumentando as taxas de extração da mais-valia e fazendo-os pagar a conta da crise do capital.

    O momento é propício para esta investida contra os direitos, contra o serviço público e em favor dos mais abastados. Tudo tendo como pano de fundo a crise política e econômica e o chamado rearranjo produtivo em escala internacional, que o capitalismo lançou mão para sobreviver a mais uma de suas crises endêmicas. Ocorre que este mesmo ambiente que favorece a superexploração da classe trabalhadora, contraditoriamente, também oferece um potencial revolucionário que não pode ser negligenciado pelo bloco hegemônico e que reside na capacidade de resistência e rebelião das massas.

    Ao insistir em tensionar até o limite a capacidade de aceitação dos trabalhadores, os agentes do capital, ora no poder usurpado, apostam nos longos anos de apassivamento de sua capacidade de mobilização e luta levados a cabo pelo PT e seus governos. Todavia, desconsideram que existe uma recomposição de forças na esquerda em geral e no meio operário e sindical, em particular, que tende a varrer a pelegada que trai descaradamente os interesses da classe que diz representar, promovendo o ascenso de lideranças combativas que tendem a situar a luta em outro patamar: luta de classes ao invés de colaboração entre as classes, enfrentamento ao invés de aceitação, perspectiva classista ao invés de pactos onde o patrão entra com o chicote e o trabalhador com o couro.

    Na verdade, o que o atual bloco hegemônico pretende é tocar com mais celeridade a música ensaiada pelo governo apeado do poder e atender às expectativas geradas pela possibilidade de implantação de uma agenda radicalmente neoliberal e sem qualquer tipo de mediação.  Condições objetivas e subjetivas já estão colocadas, que o digam a disposição da classe empresarial em acionar seus agentes no Congresso e o aparato repressivo disposto a ser utilizado por obra e graça do governo petista. Só faltou combinar com os trabalhadores, que já não podem aceitar e nem suportam mais tais investidas. 

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