• As calopsitas estão se tornando pets cada vez mais populares no Brasil

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  • 18/02/2016 15:00

    Cada vez mais comum nos lares brasileiros, a calopsita é conhecida por ser uma ave dócil, delicada e extremamente interativa. Ao optar por essa espécie, é importante saber que assim como qualquer outro mascote, a calopsita precisa de muitos cuidados e o dono deve conhecer bem seu comportamento e suas necessidades.

    De acordo com o especialista em animais silvestres, o veterinário Francisco Vilardo, as calopsitas (Nymphicus hollandicus) têm sua origem na Austrália, sendo um psitacídeo pertencente à família das Cacatuas. "A primeira descrição científica desta espécie ocorreu no ano de 1792. Porém, somente a partir de 1884, na Europa, elas começaram a fazer parte das criações. Em 1949 houve uma maior disseminação da espécie com o surgimento da primeira mutação documentada, a Arlequim, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. E a partir da década de 1970 houve a introdução dessas aves no Brasil".

    Considerada uma ave doméstica, a calopsita possui uma crista ereta que se movimenta de acordo com os sentimentos. Seu comportamento pacífico permite que conviva com diversas aves, mesmo as de menor porte. Porém, Vilardo explica que muitos machos em espaço reduzido podem se tornar agressivos. Normalmente não é uma ave barulhenta, a menos que se sinta ameaçada. E seu tempo médio de vida na natureza é de cerca de 30 anos. Já as que se encontram em cativeiro possuem uma média de vida de 15 a 20 anos. 

    Quanto à plumagem, o especialista destaca que as calopsitas possuem grande variedade de cores/mutações: Arlequim; Canela; Pérola; Lutino; Cara Branca; Albina. "As mutações mencionadas existem em virtude de fixações de características efetuadas por criadores. Como aspecto predominante os machos possuem cabeça e crista amarela, além de uma 'bochecha' circular vermelha em cada lado do rosto. As fêmeas possuem cabeça cinza e crista cinza amarelado, também com uma bochecha circular vermelha em cada lateral", conta Francisco. Deve-se notar, entretanto, que conforme as mutações, essas regras mudam. 

    Aqueles que desejam adquirir uma calopsita devem procurar um criador confiável ou uma loja na qual os futuros proprietários percebam que existe um cuidado para com os animais ali vendidos. Outro detalhe importante que os donos devem saber é que essas aves não convivem com gatos, cães e com crianças muito pequenas. "Cães e gatos por um motivo óbvio – estes são predadores e a calopsita uma possível presa. E crianças muito pequenas, por sua vez, ainda não têm noção de sua força e da delicadeza das aves, portanto, não devem ser deixadas sozinhas com as mesmas", destaca o veterinário.

    Quanto ao ambiente para as calopsitas, a orientação dada por Francisco é que os proprietários comprem gaiolões, de preferência retangulares e de arame galvanizado ou encapados, pela facilidade de limpeza. Evite os de madeira, pois as aves adoram roer esse material. Os gaiolões devem ser instalados em um quarto ou em outra dependência ventilada sem, entretanto, ter correntes de ar, que em tempos de frio podem causar problemas às aves. Além disso, é importante que a gaiola esteja em um local que bata sol pela manhã.

    Um fato interessante sobre essa espécie é que ela escolhe seus parceiros de forma natural. Ter um casal junto não significa obrigatoriamente que eles irão se reproduzir. Embora as chances sejam aumentadas, elas não são absolutas. Outra dica importante dada pelo especialista é que os filhotes devem ser separados dos pais com oito semanas de vida. "A colocação de um ninho próprio para calopsitas fornece o estímulo necessário para a reprodução. Ele deve ser posto no ponto mais alto da gaiola, aproximando-se ao máximo possível do seu ambiente natural".

    A alimentação também deve ser equilibrada, oferecendo variedade de alimentos às mascotes como rações extrusadas, mistura de sementes, verduras, legumes, frutas, entre outros. Além dessa parte, as aves precisam de estímulo e ocupar seu tempo no cativeiro com atividades lúdicas. Já existem no mercado brinquedos próprios como madeira tratada contra ácaros, fungos e bactérias, folhas de palmeiras, corda de sisal, sempre em formatos e cores diferentes que chamem a atenção da ave.

    Elaine Vieira conta que ganhou sua calopsita macho já adulta, com cerca de 15 anos de idade. "Ele foi para minha casa com um comportamento bem arisco, por não ter recebido tratamento adequado do proprietário anterior. Porém, com o tempo, Pepeu acabou se adaptando ao novo lar e hoje em dia é muito carinhoso e dócil. Quando chego em casa ele começa a cantar de alegria". Pepeu é muito bem cuidado, recebendo banhos constantemente e mantém uma alimentação saudável, à base de ração e verduras, porém adora “petiscos” como biscoito, torrada e até pipoca. “O ambiente da casa, após a chegada do Pepeu, melhorou, ficou mais leve e alegre”, conclui.


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