• As belas lições de “Pedrito”

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  • 06/04/2017 12:15

    O mundo em que vivemos, pleno de dificuldades, correrias de um lado para outro, a política em âmbito nacional a incomodar a todos nós, a “crise” tão comentada causando desalento a muitos, o desemprego a se abater sobre quase treze milhões de brasileiros, afora outras situações que geram preocupações a nosso redor, vislumbrando-se, por outro lado, que o primeiro semestre do ano já está prestes a terminar, sem que poucas mudanças hajam ocorrido.

    Não fosse o carinho e apreço de grandes amigos, o aconchego da família, além de outras atitudes que fizemos adotar na busca da paz e da tranquilidade, eis que só assim melhor pudemos compreender e bem aquilatar quanto ao momento tão delicado pelo qual vimos atravessando, aliados a milhões de irmãos brasileiros.

    Como alento, entretanto, procuramos nos valer, ainda, da boa música, da leitura de um bom livro, aliás, como o fazemos, no momento, com relação ao recém lançado pelo notável escritor e Acadêmico Ângelo Romero, “O Vendedor de tempo”.

    A tal propósito, cabe deixar patente se tratar de leitura que nos prendeu a atenção desde a primeira até a última página, já que o autor faz descrever, com primazia, acerca da vida do personagem Pedrito, de tal maneira a encantar o leitor, especificamente acerca de sua bela trajetória e das pessoas com quem conviveu, fazendo ver quanto a vida reta que abraçou, além do exímio relojoeiro que foi, sempre a demonstrar ao leitor como o fator tempo deva ser encarado durante o trajeto de nossas vidas.

    Tal leitura e ensinamentos colhidos, realmente, fazem com que nos esqueçamos dos percalços que todos enfrentamos, diariamente, de modo a possibilitar que o sorriso nos possa retomar, como condição de maior fonte de saúde, a exemplo do trajeto de vida que percorrera o personagem Pedrito, é verdade, às vezes, casmurro e teimoso, porém, homem dotado de grande coração, inteligência e apego à neta. 

    Assim é que, após terminar a leitura do romance, acabamos, também, inspirados no mesmo, por voltar no tempo e aproveitar para comemorar os bem vividos oitenta e quatro anos do poeta, plenos de alegria e de sinceras amizades e, sobretudo, com a família unida, que só lhe proporcionou afeto e satisfações, pelo que permito-me transcrever, também, com o fito de nos alegrar, o que escreveu, como se segue:

    Os patos 

    A vida, uma lagoa limpa algumas / vezes; algumas vezes, brejo puro; / tem sido, para nós, ali no duro, / um lago de jardim, baldo de espumas. / Sobre ele, quando já se vão as brumas, / ante o calor do sol, forte e seguro, / nós dois vogamos, olhos no futuro, / como dois patos de encardidas plumas. / Um pato, a bota, há de bater um dia… / mas, se couber à pata a primazia / de dar o fora desta vida ingrata, então o pato vivo, em seu regaço, / não deve andar a sós, por longo espaço…

    deve arranjar, depressa, uma outra pata!…

    Admitimos que o poeta talvez tivesse adquirido traços de “Pedrito”, já que soube aproveitar o tempo com sabedoria, tendo, também, vivido momentos de alegria e de tristeza, mas entendendo, como o fez Pedrito, que “… a emoção é o parente mais próximo do amor…”. 

    Sigamos, pois, tão belas lições!

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