• Artistas vão denunciar gastos do Natal Imperial ao MPF

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  • 20/12/2018 11:40

    Artistas petropolitanos buscam apoio dos vereadores para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os gastos com Natal Imperial 2018, mas a maioria da bancada governista diz não. Com a rejeição, os artistas vão preparar documento para denunciar junto ao Ministério Público Federal e Estadual para que seja apurado o fato do diretor-presidente do Instituto Municipal de Cultura e Esportes (ICME), Leonardo Randolfo, ter declarado junto ao Ministério da Cultura a disponibilidade de R$ 1 milhão num processo de incentivo fiscal da Lei Rouanet que beneficia uma empresa privada.

    O IMCE informou, por meio de declaração ao Ministério da Cultura, que o município está captando recursos, conforme já divulgado, diretamente para o Natal Imperial, e não para a empresa vencedora do certame. Informou também que o município investiu recursos próprios na festa. A modalidade de licitação adotada reduz a aplicação de recursos municipais, ficando esta, conforme previsto no edital, sob responsabilidade da empresa vencedora. Também está previsto no edital que o município pode aplicar recursos próprios no evento. 

    O vereador Leandro Azevedo (PSD), autor do pedido de CPI, disse que os gastos com o Natal Imperial precisam ser apurados, principalmente por causa das denúncias de superfaturamento. Para ele, o fato de artistas ainda não receberem pelo trabalho realizado é muito grave e uma demonstração clara da falta de respeito do presidente do IMCE com quem produz cultura na cidade. 

    Na carta entregue aos vereadores, os artistas chamam atenção para o fato de que a empresa vencedora da licitação deveria buscar patrocínio para financiar a realização da programação do Natal Imperial 2018. De acordo com eles, o custo da programação, conforme o termo de referência, é de R$ 630 mil e foi baseado no custo do Natal Imperial 2017 e em nenhum momento, foi informado que o IMCE daria uma contrapartida. Eles questionam, inclusive, o fato da empresa ficar, conforme estabelecido no edital, com toda receita dos patrocínios. 

    Para os artistas, representados pelo Fórum Popular de Cultura formado por vários segmentos da cultura e por membros do Conselho Municipal de Cultura, se o IMCE tem R$ 1 milhão para dar de contrapartida junto ao Ministério da Cultura para garantir a liberação do incentivo fiscal, por que não investiu este dinheiro no Natal Imperial. Na carta, afirma que a postura adotada pelo IMCE configura “fraude de licitação pública com favorecimento privado”. 

    Na Câmara Municipal, os artistas tiveram apoio do vereador Leandro Azevedo, da vereadora Gilda Beatriz (MDB) e do vereador Marcio Arruda (PR). O vereador Marcelo da Silveira (PSB) ficou de analisar o caso junto a sua assessoria jurídica e o vereador Fred Procópio (PSDB), apesar das críticas feitas aos gastos com o palco da Praça Dom Pedro, disse que não era o momento de pedir uma CPI por conta do recesso parlamentar.

     

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