• Artista petropolitano reconta a história por meio de réplicas de fragatas alemãs

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  • 25/10/2018 16:00

    Considerada a terceira das artes clássicas, a escultura é a técnica que representa artefatos através da reprodução de formas. Nela, pode-se utilizar materiais como gesso, pedra, madeira, resinas sintéticas, aço, ferro, alumínio, mármore etc. A partir daí, a moldagem fica por conta da criatividade e da técnica do escultor. E é inspirado em tal arte que o petropolitano Thomas Pomp, de 63 anos, cria diversas réplicas dos modelos de fragatas alemães utilizadas na guerra, e de satélites espaciais, para que elas fiquem em exposição e assim as pessoas conheçam um pouco dessa história.

    Thomas afirma que já fabrica os modelos há cerca de quatro anos e que já existem 20 modelos prontos. Segundo ele, por serem muitos, é preciso optar por expôr apenas alguns dos modelo, para que não haja uma superlotação no acervo das exposições. Ele conta que a ideia surgiu a partir fascínio que ele tem por assuntos da Segunda Guerra Mundial. Além disso, o desafio de esculpir e recriar estes modelos foi o tempero essencial para concretizar a ideia.

    Foto: Bruno Avellar

    “A Segunda Guerra como um todo é um assunto totalmente relevante. Por terem ocorrido fatos que mudaram a história do mundo, sempre vai ser algo muito presente na vida de qualquer um. Eu, por ser um grande fã do assunto e gostar muito de barcos, achei a ideia desafiadora, e foi exatamente por isso que decidi fazer, há quatro anos atrás. Faz parte da minha personalidade derrubar desafios” brincou Thomas, durante a exposição de sua coleção que aconteceu nesta semana no LNCC, no Quitandinha, Durante a 15ª Edição da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia.

    Thomas possui modelos de diversas das classes de navios utilizadas na Segunda Guerra. Entre as mais marcantes citadas pelo artista estão o “Deutschland”, o “Tirpitz”, o “Bismarck” e o “Admiral Graf Spee”, que foram de suma importância para as batalhas navais alemães durante a guerra. Ele contou algumas curiosidades sobre os feitos de cada um dos navios retratados em seus modelos.

    “O Tirpitz, por exemplo, bloqueou sozinho todo o tráfego marítimo dos americanos, ingleses e russos durante as navegações da guerra. Ele, sem usar utilizar de um tiro sequer, conseguiu intimidar toda a frota inglesa e os impediu de chegar ao seu objetivo por bastante tempo. Já o Admiral Graf Spee ‘varreu’ do mapa grande parte da esquadra inglesa também. Posteriormente ele foi abatido pela própria Inglaterra e explodido, estando hoje em dia emborcado no Rio da Prata, no Uruguai. Tudo isso faz parte de uma valiosa história para o mundo como um todo”, conta o artista.

    Além dos modelos das fragatas, Thomas também esculpe modelos de satélites espaciais de diversos países, inclusive satélites brasileiros. Bruno Avellar

    Thomas conta que, por ser aposentado, ele faz a atividade por puro hobby. Além dos modelos das fragatas, ele também esculpe modelos de satélites espaciais de diversos países, inclusive satélites brasileiros. Segundo ele, é importante que essas exposições aconteçam pelo fato de grande parte dos brasileiros sequer saber que o país possui um programa espacial.

    “Eu sempre gostei e admirei muito as atividades espaciais. Os satélites são artefatos que facilitam nossas vidas e sempre nos revelam algo de novo. Foi a partir daí, junto com meu gosto por desafios, que eu resolvi esculpir satélites também. O Brasil possui o Veículo Lançador de Satélite (VLS) e poucas pessoas sabem disso. Então, eu fico encantado de como as pessoas ficam espantadas quando elas veem esse meu modelo do satélite nas exposições. Já vi pessoas que sequer sabiam o que era! Então eu acho que essa é a importância, é cultura e é conhecimento”, ressaltou.

    Thomas já expõe sua coleção há três anos no LNCC, pontualmente na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia. Pela relevância do assunto no evento, o artista e a instituição firmaram tal parceria. A ideia agora é que a exposição consiga ser expandida para outros espaços da cidade, a fim de que o público geral possa ter acesso ao acervo.

    Foto: Bruno Avellar

    “É bacana porque, em todo o mundo, apenas oito países realizam atividades espaciais, e o Brasil é um deles. Isso é muita coisa! Fora do Brasil, temos até certo reconhecimento por isso, e o engraçado é que aqui dentro nem tanto. Então eu acho importante que a população, principalmente estudantes, ainda mais sendo de ciência e tecnologia, tenham como contemplar esses modelos. Sem contar que é positivo até pra mim também, que me desafia a fazer novos modelos, tanto dos navios de guerra quanto dos satélites. É como se eu estivesse reconstruindo a própria história”, concluiu.

    A Segunda Guerra Mundial aconteceu entre os anos de 1939 e 1945, sendo uma das mais mortais de todos os tempos, na qual morreram cerca de 47 milhões de pessoas. A guerra começou logo após a Alemanha Nazista, comandada por Adolf Hitler, invadir a Polônia. O acervo de escultura dos navios de Thomas foi inspirado nos modelos da esquadra de batalha alemã. Os satélites foram inspirados na famosa “Corrida Espacial”, que ocorreu entre os anos de 1957 e 1975. Nela, EUA e União Soviética disputaram militarmente a exploração do território espacial.

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