• Aposentada morre em Petrópolis após cirurgia plástica no abdômen e seios

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  • 26/01/2016 12:00

    A morte de uma mulher de 59 anos, que apresentou complicações após se submeter a uma cirurgia plástica na barriga e nos seios, está sendo investigada pela 105ª Delegacia de Polícia. Moradora de Duque de Caxias, ela passou pela intervenção no dia 2 de janeiro, quando foi internada no Hospital Beneficência Portuguesa/ SMH, no Valparaíso. Penha Regina Silva Verdan buscou a operação por uma questão de saúde, uma vez que, por causa dos seios grandes, tinha muitas dores na coluna. Já o médico,  foi indicado por amigas. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta como causa da morte uma perfuração de fundo gástrico. Além da delegacia, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) também está apurando a denúncia contra o cirurgião. 

    Segundo a filha dela, Yasmin Lobo, de 21 anos, a mãe passou o ano de 2015 juntando o dinheiro para fazer a operação, que custou R$ 11 mil. Penha era professora da rede pública de Duque de Caxias e aposentada da rede estadual. De acordo com a filha, sempre esteve acima do peso, mas recentemente tinha começado a emagrecer e sentiu a necessidade de fazer a operação, até mesmo pelos problemas que os seios grandes ocasionavam na coluna. Passar pela cirurgia era um sonho da aposentada. 

    Yasmin contou que a mãe, que era hipertensa e diabética, fez todos os exames do pré-operatório. No dia que foi internada, a filha a acompanhou. “Ela estava toda feliz. A deixei na porta da sala de cirurgia e fiquei esperando do lado de fora. A operação durou 7 horas. Quando saiu, estava com a aparência boa. Ela dormiu no hospital e, por volta das 10h do dia seguinte teve alta, o que eu e meus irmãos achamos estranho”, contou. 

    Os filhos – além de Yasmin, a aposentada deixa mais dois filhos: uma mulher de 39 anos e um homem de 32 – a levaram para casa e quando chegaram fizeram uma sopa para a mãe. “Ela comeu duas colheres e começou a ficar enjoada, suar frio e dizia que estava com dores estranhas no pulmão. Tomou um remédio para dor, receitado por telefone pelo médico que a operou, mas à noite não estava aguentando de falta de ar e pediu para voltar para o hospital”, lembrou Yasmin. 

    Quando chegou na unidade foi diagnosticada com embolia pulmonar e encaminhada para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) em coma induzido. Ela morreu no dia 22 de janeiro, 18 dias depois de ter sido internada. “Esperamos uma resposta das autoridades e que o médico responda pelos erros cometidos para que não sejam feitas mais vítimas”, comentou. 


    Laudo do IML aponta perfurações e infecção grave como causa da morte

    Após a morte da mãe, Yasmin e os irmãos registraram o caso na 105ªDP, no Retiro. Na ocasião pediram a necrópsia do corpo para que fossem apontadas as causas da morte. O laudo do IML aponta perfurações de fundo gástrico e septicemia (infecção grave). Já a certidão de óbito do hospital SMH diz que ela morreu em consequência de choque séptico, lesão renal aguda, pneumonia bacteriana, lesões cutâneas infectadas e consequências do pós-operatório das cirurgias nas mamas e no abdômen. 

    Em nota, o hospital esclareceu que a paciente se internou na unidade para se submeter à cirurgia conforme indicação de seu médico assistente. Porém, esclareceu que toda e qualquer conduta em relação a ela é de competência exclusiva do médico. Disse ainda que não poupou esforços em disponibilizar toda a sua estrutura à paciente, familiares e médicos assistentes. Além disso, destacou que uma comissão médica interna está acompanhando de perto o caso. 

    Alexandre Ziehe, delegado da 105ªDP, afirmou que a morte de Penha está sendo apurada. O cirurgião será intimado a comparecer à delegacia. Alexandre aguarda ainda o resultado da necrópsia. 

    O Cremerj informou que recebeu a denúncia da família e abriu uma sindicância para apurar o caso. Comentou também que o médico que fez a cirurgia da aposentada responde por outro processo ético-profissional, em tramitação no Conselho. 

    A Tribuna verificou que o médico não possui cadastro na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Informações do site dizem que todo membro do órgão deve, obrigatoriamente, ser encontrado na plataforma por um dos critérios de busca: nome completo, ou parcial, ou estado de atuação.


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