Aos 16 anos, adolescente com necessidade especial vence síndrome associada ao coronavírus
Barbara de Paula, 16 anos, ficou internada no Hospital Unimed Petrópolis durante 18 dias por causa da covid-19. Portadora de uma grave escoliose e de outras comorbidades, ela se mostrou forte, mais uma vez, ao vencer a Síndrome Inflamatória da Infância e da Adolescência. Trata-se de uma diferente manifestação do coronavírus que está sendo investigada por vários países. O quadro da adolescente evoluiu para uma pneumonia, comprometendo quase 80% de seu pulmão.
Embora a covid-19 não se apresente da mesma maneira para todos, os sintomas incomuns de Barbara acenderam um alerta. A sua pediatra, Ana Paula Gamon, logo identificou algo de errado.
“A Barbara apresentou sintomas gastrointestinais, vômito e teve conjuntivite não-exsudativa, que é uma vermelhidão ocular. Com esses sinais, suspeitei da Síndrome Inflamatória da Infância e da Adolescência, um outro tipo de manifestação da covid-19”, conta a imunologista/alergista, que solicitou um teste para comprovação.
Mesmo diante da suspeita, Michele de Paula, a mãe da Barbara, diz que não acreditava que a filha teria o diagnóstico positivo para a covid-19, pois adotou todos os protocolos de segurança. Ela conta como foi difícil receber o resultado do teste.
“Foi como receber uma sentença de morte. Mesmo tendo muita fé, eu pensava em outros casos de pessoas jovens que foram vítimas da doença e que não resistiram. Mas eu devo toda a gratidão deste mundo a Deus, aos médicos e equipes do Hospital Unimed Petrópolis, e, principalmente, a dra. Ana Paula Gamon. Ela é o nosso anjo protetor e salvou minha filha mais uma vez”, relata Michele, que faz menção a outro período vivido pela filha.
Atuação rápida da equipe
A alta da Barbara foi tomada por grande emoção e salva de palmas. O vice-presidente da Unimed Petrópolis, Cesar Augusto de S. Thiago esteve presente pessoalmente e destaca que a dedicação de toda a equipe, o olhar diferenciado e a qualificação da pediatra foram cruciais para o diagnóstico precoce e rápida recuperação da jovem.
“Desde a internação da Barbara acompanhei a dedicação da Ana Paula e de toda a equipe para a rápida definição do diagnóstico e tratamento. Hoje fico emocionado por mais uma vez vê-la indo para casa com a sua mãe”, disse Cesar Augusto de S. Thiago.
“Foram dias de muito trabalho, muita dedicação e momentos de grande angústia. Eu quero agradecer aos médicos que me ajudaram no acompanhamento da Barbara. As equipes de enfermagem e de fisioterapia sempre me passando informações quase que em tempo real. Isso foi crucial para tomada de decisão. E eu queria agradecer, em especial, a direção, que prontamente me atendeu com fornecimento de leito de UTI e medicações muito importantes para o desfecho positivo desse tratamento”, conclui Ana Paula Gamon.
Síndrome Multissistêmica da Infância e da Adolescência é monitorada no Brasil
A Síndrome Multissistêmica Pediátrica é mais uma preocupação que surge em meio a pandemia. A sua relação com a Covid-19 é investigada por vários países em conjunto com a Organização Mundial da Saúde, OMS.
Em maio, o Ministério da Saúde emitiu um alerta em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde, OPAS, e com as sociedades brasileiras de Pediatria e Reumatologia, orientando pediatras sobre a identificação da Síndrome.
Dados mostram que foram registrados 71 casos em quatro estados até o mês de julho. Desse número, 22 foram identificados no Rio de Janeiro.?