• Anticoncepcionais podem causar problemas de saúde

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  • 13/06/2016 09:05

    As dúvidas com relação ao uso dos anticoncepcionais são muitas. Diversas reportagens sempre acabam voltando ao tema que se mantém atual, levando em conta que se trata da saúde da maior parte do público feminino. As polêmicas são muitas, principalmente quando se trata dos remédios Elani, Yaz e Yasmin que, de acordo com o Food and Drug Administration (FDA), são pílulas mais perigosas que outras. Isso porque esse tipo de medicamento está associado a um risco maior de trombose na corrente sanguínea, porém as marcas citadas oferecem mais efeitos colaterais.

    A alegação em 2012 do FDA, órgão americano que regula, entre outras coisas, a comercialização de medicações, é de que as pílulas feitas com drospirenona, que não é encontrado na maioria dos anticoncepcionais, apresentam um risco trombogênico maior quando comparadas a outros tipos de progesterona, presentes na maior parte dos outros anticoncepcionais. Mesmo assim, segundo a ginecologista e obstetra que atua no atendimento ambulatorial do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa, Fernanda Moreira Faria, considerando que o risco de trombose é inerente a qualquer tipo de pílula, todas poderiam ser consideradas “perigosas”.

    Diante da pesquisa, O FDA incluiu um aviso na bula do medicamento sobre os “riscos”. Já no Brasil, a Anvisa emitiu um comunicado aos médicos para que todos os casos de trombose causados pelo medicamento sejam registrados em seu sistema. Mesmo diante da polêmica, a médica Fernanda Moreira afirma que a diferença entre um medicamento e um veneno é a dose, afinal qualquer medicação pode causar malefícios se não tiver recomendação e acompanhamento médico adequado, já que cada organismo pode reagir de maneira diferente ao receber determinadas substâncias.

    “Medicações podem ‘fazer mal’, mas não é essa a resposta esperada ao prescrevermos um anticoncepcional. Sempre orientamos as pacientes que algumas reações podem acontecer nos primeiros meses de uso, como cefaleia, náuseas, mastalgia, entre outros, que tendem a melhorar com o uso regular. Quando isso acontece trocamos a pílula. Todo medicamento tem indicações, contraindicações e efeitos colaterais, cabe ao médico, baseado nas comorbidades de cada paciente, decidir por prescrever determinada medicação, avaliando sempre o risco benefício”, afirmou. O tromboembolismo venoso (TEV) é um efeito adverso grave, mas incomum da contracepção hormonal combinada. O aumento do risco de TEV nas usuárias de pílulas é inferior ao risco de TEV associado à gravidez e ao puerpério, segundo a especialista. “É mais elevado no primeiro ano de utilização do método. Nenhum contraceptivo hormonal combinado é mais trombogênico que o estado gestacional puerperal. O risco absoluto de tromboembolismo venoso em não usuárias de pílulas depende da idade e da história patológica previa de cada mulher, podendo variar de 1 a 2 casos/10.000 mulheres. Assim, usar etinilestradiol e levonorgestrel aumentaria o risco de 1 a 2 casos/10.000 para 2 a 4 casos/10.000. Usar desogestrel, drospirenona ou ciproterona – todos associados ao etinilestradiol – faria o risco aumentar de um a dois casos por 10.000 mulheres para quatro a oito casos por 10.000 usuárias, segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Febrasgo”, explicou. Por isso, Fernanda afirma que o caminho não é suspender os medicamentos, pois qualquer pílula pode aumentar o risco de trombose, porém o risco absoluto é muito baixo e variará conforme as comorbidades de cada paciente. Além disso, outros métodos contraceptivos também podem conter esses hormônios, mantendo o risco trombogênico. A informação médica é imprescindível e baseada nas particularidades de cada paciente. “Os contraceptivos hormonais são métodos altamente eficazes para prevenir a gestação e também conferem benefícios adicionais, como controle de sangramentos disfuncionais, dismenorreia e controle da dor na endometriose.”

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