• Amor eterno

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  • 05/10/2016 12:00

    Travei conhecimento com a autora, pelo telefone, sendo que a intermediação para comigo se deu por força da amizade e delicadeza da Professora Anna Yvette Monnerat.

    A autora, sensível escritora Edda Itabaiana de Oliveira Nicolau; a mestra, residente na cidade de Nova Friburgo, todavia deixou saudades a seus amigos e colegas de magistério, eis que viveu em Petrópolis por mais de quatro décadas.

    Aos noventa e seis anos, nos comunicamos, pelo menos, duas vezes por semana; dessa criatura só recebemos boas lições, além de ouvir palavras de carinho e incentivo.

    A autora, viúva do desembargador Clarindo de Brito Nicolau, decidiu, em boa hora, escrever a cativante obra, “A vida por mim vivida”.

    A obra é dígna dos maiores encômios uma vez que se trata de uma comovente história de amor vivida durante sessenta anos, só chegando ao fim com a falta do esposo a quem tanto amava e por ele era amada.

    Edda, através das setenta e sete páginas que integram o livro, relata, de maneira emocionada, a linda trajetória de um matrimônio que comemorou bodas de diamante. E sempre a relembrar e descrever fatos relacionados com o marido que partiu, exatamente, pouco depois da comemoração em questão.

    A linda trajetória do casal é objeto do relato que a autora faz, com absoluta precisão de detalhes, recordando situações diversas, desde os primeiros momentos quando veio a conhecer o jovem Clarindo.

    Colhe-se da leitura, leve e fácil de ser absorvida, que a autora não se esqueceu, em qualquer momento, acerca da perda do amado marido que, certamente, deixou-a com o coração partido.

     Edda faz questão de descrever a bela trajetória do mesmo, desde quando muito jovem, na condição de bom jogador de futebol, além dos encargos profissionais que desempenhou na mocidade, lembrando sua passagem pelos Correios e o Banco do Brasil, bacharelando-se em Direito e terminando por prestar concurso para o Judiciário, onde terminou sua carreira como desembargador integrante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

    Com residência em Niterói, pude observar, entretanto, que o município de Cantagalo nunca foi olvidado por Edda e o marido, por razões que faz explanar através da obra em tela; aliás, Cantagalo, a terra natal de ambos, plena de recordações e de bons momentos vividos, especialmente durante a mocidade.

    A obra demonstra, ainda, a extrema ligação do casal com filhos, netos e demais componentes do clã.

    Na história que narra faz referência à bela carreira do marido, destacando, inclusive, os nomes de ilustres magistrados nascidos em Cantagalo.

    Assim, como ocorre com todos nós, a autora traça os bons momentos vividos, no entanto, não deixando de demonstrar sobre as dificuldades atravessadas pelo casal.

    Mas o que se depreende, entretanto, da obra “A vida por mim vivida”, é que autora guarda da figura do marido como o homem que sempre amou e continuará amando, deixando visível que o desembargador, além de exemplar magistrado foi, também, chefe de família presente e cuidadoso, e, sem dúvida, um homem extremamente generoso.

    Ao finalizar a leitura da belíssima obra, lembrei-me a propósito do que escreveu meu pai, o poeta Osmar de Guedes Vaz:

    “Essa saudade sem fim / me faz alegre, porque / mantém aceso o estopim / que há de levar-me a você”.

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