• Aluguel Social: atraso de 90 dias complica a vida de beneficiários

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  • 03/11/2016 18:20

    O sofrimento das famílias que dependem do aluguel social parece não ter fim. A cada mês o Governo do Estado dá novas desculpas, enquanto milhares de pessoas correm o risco de ser despejadas. 

    Em Petrópolis, a situação não é diferente. Numa das cidades mais afetadas por chuvas e desastres climáticos do Brasil, há milhares de famílias que dependem do benefício até que as famosas casas populares sejam entregues.

    Enquanto todos esses imóveis não ficam prontos, já que muitos ainda nem saíram do papel, os beneficiários tentam sobreviver com o valor pago pelo Governo do Estado, que tem atrasado cada vez mais. 

    A dona de casa Joelma Soares de Souza, de 50 anos, que mora no bairro Samambaia, em Cascatinha, está há três meses sem receber o benefício. Joelma, que está desempregada, não tem outra saída para pagar o aluguel, a não ser destinar todo o dinheiro da aposentadoria de seu marido ao locatário do imóvel em que mora. “Eu já chorei muito hoje. Estou desesperada. Vivo numa situação muito complicada financeiramente”, desabafou. A desempregada, que sofre de perda de visão devido ao diabetes e tem problemas na coluna cervical, mora com o marido aposentado, um filho e sua sogra, que recentemente sofreu um derrame cerebral e necessita de cuidados especiais. Seu filho foi demitido recentemente devido ao corte de gastos de uma loja de roupas no centro da cidade. “A gente vive numa situação a deus-dará e o Estado ainda faz uma covardia dessas”, completou.

    A casa de Joelma, na Comunidade Nova Cascatinha, foi interditada e demolida depois da tragédia de 2011, quando quase mil pessoas morreram em toda a Região Serrana. “Desde então, o local está abandonado. Não caiu nenhuma barreira, nem árvore lá, e por causa dessa demolição estamos vivendo isso tudo. É lamentável”, concluiu Joelma.

    Maria Lúcia Ferreira Salgado, de 45 anos, também vive uma situação semelhante. A manicure perdeu sua casa em 2013, no bairro Morin, e, desde então, vive na expectativa de ganhar a casa própria novamente, mas os últimos meses não têm sido tão fáceis. Isso porque o benefício do aluguel social já atrasou, pelo menos, três vezes. “Primeiro eles não pagaram o de maio. Aí foram pagar só em junho. Depois disso atrasaram o de junho e só recebi em agosto. E, desde então, não chegou mais nada. A gente fica sem saber para onde ir, sem saber o que fazer, e como proceder”, disse.

    Uma manifestação está prevista para a próxima terça-feira, às 16h, no Palácio Amarelo, sede do legislativo municipal. O horário foi escolhido para coincidir com a sessão plenária que será realizada na casa. “Marcaram uma manifestação e lá estaremos nós, cobrando nossos direitos, porque de deveres estamos cheios”, completou Maria Lúcia.

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