• Alta nos preços dos legumes muda os hábitos dos consumidores na cidade

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  • 06/06/2016 10:20

    “Você acha que vai melhorar?”. Foi esta a pergunta que fez a aposentada Maria de Lourdes Melo, 79 anos, moradora do Morin, ao final da entrevista sobre o preço dos legumes, quando considerou absurdo o preço da batata (R$ 6,98), cebola (R$ 5,99) e chuchu (R$ 3,99). “Tive que mudar um pouco as minhas compras e até a maneira de preparar os alimentos, como por exemplo reduzir a quantidade de alho, pois está muito caro”, comentou.

    Com relação ao preço do chuchu, Maria de Lourdes disse que não entende porque é tão caro, comentando que basta descer a Serra da Estrela para encontrar pelo caminho algumas parreiras do produto. “Pago aluguel e reduzo o consumo de energia para sobrar mais dinheiro para comprar as coisas, pois com o preço alto, o dinheiro que antes comprava mais alimentos, hoje não dá mais”. Mesmo reclamando do preço alto dos alimentos, ela acredita que pode melhorar “desde que troque todo mundo da política”.

    A pesquisa de preço dos alimentos realizada semanalmente pela Tribuna constatou que a batata em todos os supermercados do Centro Histórico está com preço elevado, o que faz com que o consumidor substitua o produto ou busque o local com preço mais em conta. A alta é reflexo das condições climáticas adversas nas zonas produtoras, especialmente nas culturas do sul do país . As constantes chuvas impactaram a colheita do produto, diminuindo sua oferta no mercado. Na primeira quinzena de maio, as cotações da batata já vêm apresentando arrefecimento na alta. Mas a continuação da queda irá depender do ritmo da colheita da safra, segundo dados do 5º Boletim Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas.

    Os preços das principais frutas e hortaliças comercializadas nas Centrais de Abastecimento mais representativas do país não apresentaram movimento uniforme em abril. Os destaques ficaram com tomate e cenoura, que registraram baixas importantes, enquanto mamão e batata mantiveram as cota- ções elevadas. A queda no preço do tomate mantém o comportamento registrado desde o início deste ano e reflete o aumento da oferta do produto no mercado atacadista, a partir da antecipação da colheita em algumas regiões produtoras.

    Como reflexo, o preço praticado neste ano é inferior ao patamar registrado no mesmo período entre 2013 e 2015, o que, em alguns casos, pode-se inferir que o produtor está recebendo abaixo do custo de produção. Esse cenário pode acarretar para os próximos meses diminuição de área plantada, retornando o movimento de alta da hortaliça. Já a diminuição apresentada pela cenoura se explica devido aos preços elevados nos meses anteriores, o que enfraqueceu a demanda pelo produto.

    A cebola também chegou a apresentar reduções em abril em algumas Centrais. Mas, os valores continuam em patamares elevados, refletindo a presença significativa da cebola importada no mercado interno. Não se pode inferir a tendência de comportamento dos preços do produto nos próximos meses, uma vez que as importações irão ditar a amplitude desta variação.

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