Alegando falta de verba, Estado abandona prédio da UERJ
Adquirido pelo Estado do Rio de Janeiro, em 2015, por mais de R$ 2 milhões, para abrigar o campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o imóvel da Avenida Barão do Rio Branco está de portas fechadas desde 2016. Sem que o Estado realize as melhorias necessárias para permitir que os alunos dos cursos de arquitetura e urbanismo voltem ao local, o município tem arcado com uma despesa que já ultrapassou os R$256 mil, com uma medida que era para ser temporária: o aluguel de um imóvel para abrigar o campus desde que a sede foi desocupada por problemas estruturais.
O prédio foi fechado em 2016 pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), através de uma Ação Civil Pública, após uma vistoria constatar que tanto a casa principal como o anexo não poderiam ser usados.
Na época, a própria universidade já havia constatado a precariedade do prédio. Na ocasião, uma empresa contratada pela instituição para fazer uma vistoria encontrou problemas como infiltrações no telhado da casa principal, falta de manutenção no quadro de circuitos de energia. E propôs providências emergenciais e urgentes como a interdição da edificação até que fosse realizado o escoramento do telhado para que, em seguida, fossem realizados os serviços de restauro e reforma do imóvel.
Para que os alunos não fossem prejudicados, a prefeitura cedeu em caráter temporário, um imóvel na Avenida Ipiranga, 544. Desde abril de 2017, a prefeitura arca com o aluguel deste imóvel. Que passou em maio de R$ 18 mil para R$ 20 mil mensais.
A Casa Barão do Rio Branco foi adquirida pelo Estado do Rio de Janeiro para abrigar o campus da universidade na cidade. Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), a reforma do prédio é de responsabilidade do governo estadual. Segundo a UERJ, devido à falta de recursos ocasionada pela crise financeira do Estado, não há previsão para o início das obras. Nem o laudo técnico para a elaboração do projeto foi feito ainda.
Enquanto isso, o prédio continua fechado. E a prefeitura continua arcando com uma despesa que deveria ser do Governo do Estado. Segundo o INEPAC, até que os impasses financeiros cessem ou se reduzam, e as obras de restauro sejam executadas, não será possível o retorno dos cursos para a edificação.
A prefeitura foi questionada sobre que medidas estão sendo tomadas para resolver a situação, e informou somente que cabe ao Estado a recuperação da Casa Barão do Rio Branco, já que foi adquirida para esta finalidade.