• Alcindo e o jornalismo

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  • 07/12/2017 13:02

    Discorrer a propósito da figura que passo a me referir não é tarefa das mais fáceis; ao contrário, relembrar em poucas linhas, a respeito do jornalista Alcindo Roberto Gomes, ao contrário, é responsabilidade e das maiores, exatamente em razão de sua expressiva participação na vida cultural de nossa querida cidade de Petrópolis.

    Conheci-o ainda durante a adolescência e por isso mesmo pude acompanhar ao lado de meu pai, a briosa carreira que desempenhava junto à imprensa de nossa terra.

    Alcindo Roberto Gomes, jornalista profissional, professor, homem ligado à cultura, nasceu em Petrópolis no dia vinte e três de julho de mil novecentos e quatorze, tendo falecido em vinte e cinco de fevereiro de mil novecentos e oitenta e dois.

    Seus estudos foram levados a efeito junto ao então Colégio Plínio Leite, instituição educacional que deixou enorme conceito nesta cidade, eis que pelos bancos escolares do mesmo passaram figuras ilustres, como a do ora homenageado.

    Lembro-me como se fosse hoje acerca da trajetória do ilustre jornalista à frente da redação do nunca esquecido Jornal de Petrópolis, onde labutou durante dezoito anos, sempre prestigiado e homenageado pelo diretor-geral, o também jornalista Wilson Carneiro Malta.

    Discorrer a respeito de sua vida e obra seria necessário uma página inteira desta Tribuna de forma a deixar claramente explicitado quanto a seu caráter valoroso, além de inúmeros méritos alcançados.

    Na condição de professor, lecionou no Colégio Estadual Washington Luiz, após CENIP, atual Colégio Dom Pedro II, no período de 1962 a 1970; como homem ligado à imprensa e em razão da honradez que lhe ornava o caráter, dedicou-se a ministrar no Colégio em questão a cadeira de Moral e Cívica e Organização Social e Política.

    Alcindo se destacou, outrossim, desenvolvendo importantes atividades junto à Associação Profissional de Contabilistas de Petrópolis, na condição de membro honorário e benemérito, sendo, inclusive, um dos organizadores da 2º Convenção de Contabilistas do Estado do Rio de Janeiro.

    Nas letras, não fez por menos, tornou-se, por unanimidade, membro da Academia Petropolitana de Letras, sucedendo ao ilustre Desembargador J. J. Serpa de Carvalho e no Instituto Histórico de Petrópolis, também deixou marcada sua atuação.

    O ora homenageado legou a Petrópolis seu nome inesquecível gravado na memória daqueles que tiveram a honra de conhecê-lo e esposa, d. Venina, como foi meu caso.

    Da feliz união, nasceram dois filhos, Fabiano Luiz e Fernando Luiz, ambos advogados, o primeiro já falecido.

    Foi homem de grandes iniciativas, inclusive em favor da história de nossa cidade quando, através de campanhas levadas a termo pelo Jornal de Petrópolis, participou da Comissão de Trasladação dos restos mortais da Princesa Isabel e do Conde D’Eu para o Mausoléu dos Imperadores na Catedral de São Pedro de Alcântara.

    A vida e obra de Alcindo contempla, também, incontáveis campanhas em prol da civilidade e da solidariedade entre as pessoas.

    Na política teve marcante atuação na condição de Secretário Municipal de dois prefeitos de nossa terra.

    Foi, sem dúvida, um profissional que sempre manteve abertas as portas do Jornal em que labutava, de modo a oferecer aos leitores o que de melhor poderia lhes ser proporcionado, ante a seriedade das matérias publicadas naquele periódico.

    Fico imensamente satisfeito pela oportunidade de relembrar essa figura que tanto amou Petrópolis e que aqui deixou um grande círculo de amizades, além de familiares aos quais dedicou extremo carinho.

    Finalizando, por haver conhecido d. Venina, estou certo de que foi feliz o poeta quando escreveu:

    “Da forma mesmo discreta, / atrás de um homem de fama, / sempre, sempre se projeta / a sombra de grande dama”.


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