• Adolescentes têm dificuldades para readaptar sono após feriados e volta às aulas

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  • 26/02/2020 09:22

    O primeiro mês de volta às aulas, que ainda vem acompanhado do longo feriado do carnaval, é de total adaptação. O retorno dos estudantes à rotina pode vir acompanhado do despertador tocando bem cedinho. Para os adolescentes, isso pode ser um verdadeiro sofrimento. A explicação está nas mudanças fisiológicas e sociais específicas desta faixa etária, o que é motivo, inclusive, de discussão pela Associação Brasileira do Sono (ABS) sobre o melhor horário para a entrada dos alunos do turno da manhã.

    A neurologista Renata Stefanini, explica que por conta das alterações hormonais, os adolescentes tendem a dormir mais tarde e, consequentemente, querem acordar mais tarde.

    “Eles têm também uma necessidade de mais horas de sono. Dormem de dez a 12 horas por noite, podendo chegar a até 14 horas de sono”, aponta a especialista, acrescentando que outros fatores contribuem para o sono desregulado, como o uso de computadores e celulares no período da noite. O ideal é que o contato com os aparelhos seja encerrado, no máximo, até as 19h.

    De acordo com a médica, a ABS defende a mudança de horário nas escolas e afirma que a entrada dos alunos deve passar para 8h30, ao invés das 7h, como é atualmente.

    “Acredito que vamos conseguir este avanço para 2021”, diz Renata  que aponta a medida como fundamental para melhorar o rendimento escolar. Segundo ela, episódios de estudantes que dormem em sala de aula e que apresentam dificuldades para assimilar o conteúdo são comuns e, muitas vezes, os problemas não são comportamentais, mas sim, fisiológicos.

    Para Georgeana Saboia, mãe de um adolescente de 15 anos e de uma pré-adolescente de 11, um novo horário de entrada seria a solução ideal para acabar com a luta diária, que dura o ano inteiro, travada na hora dos filhos levantarem da cama. “Eles ficam sonolentos durante as aulas e muitas vezes acabam dormindo em sala de aula”, relata a mãe. 

    Quando o caso é mais grave e inclui um distúrbio do sono, os pais ou responsáveis devem procurar o especialista. Uma opção para chegar a um diagnóstico preciso é a polissonografia neurológica e respiratória, um exame polivalente, que tem muitas fontes de investigação e, por isso, detecta doenças em diversas áreas do corpo.

    Em Petrópolis, o diagnóstico com polissonografia é realizado no Laboratório do Sono do Hospital Beneficência Portuguesa. O exame pode ser solicitado por um neurologista, um otorrinolaringologista, um pneumologista e até mesmo pelo paciente, que pode pedir a indicação ao médico.

     

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