• Acusado de assassinato no bairro Duques se entrega

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  • 09/01/2017 16:27

    O suspeito do assassinato de Carlos Alberto Batista Queiroz Júnior se entregou à Polícia na manhã de hoje (9), junto com seu cúmplice, que também estava foragido. A vítima era conhecida como “Indin”, tinha 27 anos e foi morta na noite de natal, no Duques, durante uma briga de rua. O acusado será transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu, onde poderá ficar preso entre 6 e 20 anos, por homicídio simples.

    De acordo com os policiais da 105° Delegacia de Polícia, no Retiro, o suspeito e seu primo, o suposto cúmplice, que também estava foragido, apresentaram-se por volta das 10h, acompanhados dos advogados, dos pais e da família. A polícia recolheu os depoimentos. O acusado aguardará na delegacia até ser transferido para o Rio de Janeiro. 

    “Eu estou aliviada. Porque se eu soubesse onde eles estavam, eu já tinha entregado. Para acabar com isso tudo”, disse Ivanete Pereira da Paixão, de 38 anos, mãe do acusado, que é fundadora da Associação de Mulheres Guerreiras (Amugue), que busca dar suporte às famílias que têm entes presos. De acordo com ela, o filho decidiu se entregar porque não quer “viver nessa vida” e que “não fez com a intenção de matar”. 

    Segundo as investigações da polícia, a vítima morava da comunidade e teria se envolvido em uma discussão no dia anterior, no dia 24, com suspeitos de atuarem no tráfico de drogas da localidade. No dia 25, ele tornou a se encontrar com os mesmos homens e entrou em luta corporal com um deles, que acabou efetuando um tiro, com um revolver calibre 38. O disparo atingiu Carlos Alberto na altura do pescoço. Ele foi socorrido e levado para a UPA, mas não resistiu. Indin era casado e tinha um filho.

    A mãe do acusado nega que seu filho tenha envolvimento com tráfico de drogas e que tudo não passou de uma briga de rua entre vizinhos que já tinham uma longa rixa. De acordo com Ivanete, a arma que matou Indin pertencia à própria vítima, que tentara sacar o revólver durante a briga, mas foi impedido pelos rapazes e que quando seu filho pegou a arma, ela disparou. 

    A irmã da vítima, Thaís Morais, de 19 anos, nega que a arma fosse de Indin. Ela afirma que o acusado já chegou no local armado. “Meu irmão sempre foi brigão, mas na mão, não com arma”, disse. Segundo ela, a briga não era nem de seu irmão, que só entrou na história para tentar separar a briga, que ocorreu no meio da rua, na frente de muitas pessoas. “Estamos mais aliviados em saber que ele foi preso, porque a barbaridade que ele fez com meu irmão foi um absurdo e não estava pagando por isso”, disse. Thaís conta que todos cresceram juntos no bairro e que ela, inclusive, se formou com o acusado no ano passado. “Ninguém entende porque ele fez isso”.

    A mãe do acusado também prestou depoimento. A família teve a casa incendiada no dia 27 de dezembro. De acordo com a polícia, uma das suspeitas é de que o incêndio tenha sido criminoso, possivelmente provocado como forma de retaliação ao assassinato de Carlos Alberto. Ivanete conta que cerca de metade da casa ficou destruída e que até daria para voltar a morar lá, mas não vai. “Estou com muito medo. Estamos sendo ameaçados o tempo todo pela família do 'Indin'. Temos medo até de acontecer algo com ele aqui dentro”, disse. Segundo Ivanete, o filho esteve se escondendo por medo de sofrer represália da família da vítima, que “tem muita influência”, inclusive um padrinho que é delegado em outra cidade.

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