• Abandono toma conta do jardim do Museu

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  • 19/06/2016 09:00

    Petrópolis é um dos principais destinos turísticos do estado e do país. Dona de muitas belezas naturais e pontos turísticos históricos, a “cidade de Pedro” é muito procurada, principalmente, pelo Palácio do Museu Imperial. Além da antiga casa de veraneio do Imperador, o local possui um jardim planejado e executado por Jean Baptiste Binot, botânico e paisagista francês, pioneiro no combate à devastação indiscriminada das matas da cidade. Nele se encontram ainda espécies raras da flora brasileira e estrangeira. Contudo, nos últimos meses essa preciosidade tem ficado um tanto quanto abandonada e os frequentadores assíduos dos jardins para caminhadas e exercícios matinais reclamam de maus-tratos nas podas e no paisagismo.

    “Coisa de dois meses para cá, houve uma mudança muito grande, está tudo abandonado”, disse a aposentada Vandilza Ferreira Couto, que caminha todos os dias nos arredores do museu há pelo menos cinco anos. Outro petropolitano, que não quis se identificar, chamou a atenção para as folhas das palmeiras, que se não forem podadas com a devida frequência, podem se tornar perigosas para quem estiver circulando. Vera Godim, terapeuta floral credenciada pela Australian Bush Flower Essences, faz vivências nos jardins do museu com os participantes dos cursos: “A cada ano eu percebo os jardins ficando com menos flores”. Ela conta que antigamente os jardins e ram cuidados por dois jardineiros profissionais que entendiam das plantas, mas acha que depois que o serviço foi terceirizado, a qualidade caiu muito. “Eu acho uma pena porque é um jardim muito visitado. O Museu podia investir e fazer um jardim maravilhoso! Isso atrairia ainda mais turistas”, comentou. Como eles, dezenas de petropolitanos procuram o local diariamente para se exercitar, ou apenas apreciar a natureza. 

    Apesar da beleza do local, andando pelos jardins é possível observar a falta de grama, vegetação e plantas em diversos pontos. Há folhas de bananeiras caídas. Os chafarizes estão vazios de água e cheios de pedra. As estátuas brancas, que costumavam pontuar o tapete verde do jardim, não o fazem mais, estão verdes também, pelo lodo e falta de limpeza. “Uma funcionária me disse que diminuiu o número de funcionários por falta de verbas”, contou Vandilza. 

    O Museu Imperial é o ponto turístico mais visitando de Petrópolis. A instituição recebeu 429.124 visitantes em 2015 – número equivalente a um incremento superior a 19% se comparado com o ano anterior, quando a visitação registrou 346.334 pessoas. Os jardins são uma atração à parte. Construídos em 1854, com cerca de 100 espécies de árvores e flores, vindas de mais de 15 regiões do mundo (México, Japão, Argentina, Índia, Equador, China, Austrália, Madagascar, entre outras) e grama francesa, os jardins conservam até hoje as linhas paisagísticas, tanto em relação aos canteiros como a disposição das espécies vegetais. Possui desde árvores exóticas – como as bananeiras de Madagascar e árvores de incenso – a flores como camélias, jasmins, manacás e flores do imperador. Como complemento, pedestais de granito onde foram colocados bustos de figuras mitológicas, ganharam também três chafarizes e quatro fontes.


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