• A força da mulher no campo é um dos pilares da agricultura em Petrópolis

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  • 13/05/2017 14:15

    A agricultora Ana Maria Mello Barbosa, de 30 anos, leva com doçura e alegria o ofício que herdou o pai e cuida de uma propriedade de 36 hectares localizada em uma das mais belas regiões da cidade, conhecida como Jurity, no Brejal, no distrito da Posse. O Sítio São Jorge fica em um área onde os únicos sons são os dos pássaros e dos animais. A rotina neste lugar começa cedo. Antes do sol nascer, a família de Ana já se prepara para um dia puxado na lavoura.

    “Nunca achei que iria conseguir dar conta disso tudo. Mas a mulher é capaz, né”, disse soridente a agricultora. Ana faz parte de uma estatística que revela a força feminina no campo. Em Petrópolis, há muitas mulheres agricultores. Elas comandam boa parte dos 704 núcleos de produtores (quase sempre famílias) e somam 563 agricultoras. Os dados são da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio Janeiro (Emater).

    A Emater ressalta que não há um aumento de agricultoras, mas sim uma substituição gradativa da mão de obra mais velha por uma mais nova, e, na maioria desses casos, são mulheres. Isso vem fazendo com que o número de produtoras cresça ano após ano. Além disso, de acordo com o órgão, a mulher vem assumindo lugares que antes eram ocupados pelos homens. Ana é um exemplo da substituição de mão de obra mais velha por mais nova. “Quando meu pai ficou doente, há um ano e meio, eu assumi os negócios. 

    Agora cuido do plantio, da colheita e da parte administrativa do sítio. Administro tudo isso aqui. Faço coisas que antes eram de responsabilidade do meu pai e o do meu irmão”, disse. Além de Ana, outras duas mulheres trabalham no sítio, cuidando da lavoura. “Elas ajudam no campo e ainda tem uma menininha que, quem sabe daqui a alguns anos vai estar aqui também”, disse a agricultora. Ana foi criada em meio às plantações e cresceu vendo o pai cuidando da produção, da colheita e da distribuição. Do alto do trator ou ajudando o irmão a encher o caminhão, ela conta que é feliz por se sentir útil. “Daqui sai o meu sustento. É bom ser útil. É bom poder fazer alguma. Nunca imaginei que iria dirigir um trator, por exemplo”, sorri. 

    O sítio São Jorge existe há 40 anos e produz basicamente chuchu assim como a maioria das propriedades na região do Jurity. Por dia são colhidos 22 quilos de produto que são levados para venda na Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ). Já no período de entressafra são cultivados no sítio outros produtos como abobrinha e couve-flor.

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