• A esperança se renova

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  • 03/09/2016 12:00

    Estou escrevendo este artigo no momento em que Dilma sai da história para a insignificância, execrada pelo PT e com este triste, porém merecido, final antecipado de mandato.

    Algumas coisas chamam nossa atenção, pelo fato de estarem acontecendo neste interregno curto de tempo: primeiro a vergonha da militância (seria por vergonha mesmo ou porque a bica secou) com relação às pífias manifestações (esperava-se mais na defesa de Dilma e do PT); em segundo, a vergonha (aí sim, vergonha) dos candidatos do PT nesta campanha para as eleições municipais, por todo o País, em suas publicidades são escondidos o nome do partido, a estrela e a cor vermelha…não há mais orgulho e defesa ao Partido dos Trabalhadores, os candidatos cumprem um ritual de vender sua própria imagem e desligá-la ao máximo do partido, ou seja, para cada um destes, só interessa a si mesmo, compromisso com o partido nem pensar… imaginem então, para com o povo. O que esperar de candidatos que omitem sua origem partidária?

    A nós interessa, presentemente, qual será o ponto de partida de Temer: teremos uma renovação ou uma transição? Terá Temer, agora que saiu da interinidade, a força necessária para implementar a reforma previdenciária, a reforma fiscal (que depende diretamente da previdenciária), a reforma trabalhista (já que a flexibilização da CLT está se mostrando intratável)? Qual a capacidade de Temer? Teremos tempo pela frente, sem receita tributária e ajuste fiscal? Estas questões de difícil resposta presentemente, são uma incógnita ao que virá. Outrossim, não podemos deixar de lado o fato de que, até que ponto a Lava Jato afetará este governo Temer nos próximos meses e influenciará o futuro.

    O Estado do Rio quebrou, não tem dinheiro, de nada adianta pagar a folha e a dívida; a reforma fiscal tem que ser consenso, consenso este que passa primeiro pela reforma previdenciária, sem a qual a fiscal fica capenga. E antevejo uma dificuldade imensa para se tocar à frente estes dois pontos. Já na trabalhista, vislumbro um cenário mais palatável, bastaria que os acordos entre empregados e empresas passassem a valer. A grande reforma é reconhecer estes acordos mútuos de interesse entre o empregado e o empregador, na maioria das vezes de conformidade e vontade de ambos, mas que são desmontados pela Justiça do Trabalho.

    De não menos importância, outras questões deverão ser enfrentadas pelo governo Temer: a cláusula de barreiras, tão importante para a moralização futura contra a expansão do número de partidos, bem como a redução do atual número. Este modelo atual de presidencialismo de coalizão, com mais de 30 partidos, mostra sua impossibilidade de existência. As concessões e a execrada palavra “privatizações” deverão ocupar o governo e seus pares por absoluta necessidade. Enfim, uma série de decisões sérias terão que existir num curto espaço de tempo. Por derradeiro, espero que a judicialização política e o ativismo judicial, não venham de encontro aos anseios do País.

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