• A busca pelo primeiro emprego

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  • 09/07/2017 08:30

    Durante seis meses a jovem Fernanda Carvalho Marin de Souza, de 19 anos, teve uma rotina regrada em busca de emprego: acordar cedo, ler o jornal, preparar e entregar os currículos e participar de inúmeras entrevistas. Para ela, o jovem sem experiência no mercado de trabalho é descreditado e a concorrência com profissionais já capacitados torna a luta pelo primeiro emprego "injusta".

    "Temos que concorrer com pessoas que já tem muita experiência e já trabalharam em outros locais. Na nossa idade somos desacreditados. A concorrência é desleal", disse a jovem. "Só vamos ter experiência se nos derem oportunidade. Estamos dispostos a aprender e a contribuir para o crescimento da empresa", ressaltou.

    Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deste ano, revelam que entre janeiro e maio deste ano, 656 pessoas conseguiram o primeiro emprego. Em maio, foram 128 novos empregados inseridos no mercado. Em 2016, nos primeiros cinco meses do ano, foram 888 jovens que conquistaram o primeiro emprego. 

    Depois de várias tentativas frustradas, Fernanda conseguiu uma vaga no setor administrativo de uma churrascaria. O emprego apareceu por meio do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) que insere jovens aprendizes no mercado de trabalho. A unidade atende entre 25 a 30 jovens por mês com idades entre 14 e 24 anos, e tem em seu cadastro cerca de 70 empresas ativas. 

    "Temos 404 aprendizes na cidade inseridos no mercado de trabalho. A lei 10.097 prevê que as empresas de médio e grande porte contratem pessoas com idade entre 14 e 24 anos como aprendizes. O CIEE é o canal para inserir esses jovens e temos conseguidos bons resultados", ressaltou a analista de acompanhamento pedagógico, Carla  Esteves.

    A jovem Maria Lisch Henrichs de Mello, de 20 anos também faz parte das estatísticas positivas. Ela atua na área administrativa de um hospital e a experiência no trabalho já mudou os rumos da nova profissão. "Quando estava no ensino médio sonhava em ser arquiteta. Hoje trabalhando dentro do hospital decidi fazer um curso técnico de enfermagem e mais tarde, quem sabe uma faculdade de enfermagem", contou.

    Para o estudante Gustavo Jochem, de 16 anos, começar a trabalhar ainda tão jovem é uma oportunidade de crescimento e de troca de experiências. "É difícil nos darem oportunidade, mas quando estamos empregados é uma mudança na nossa vida, na nossa maneira de ver o mundo. O que é mais legal é a troca de experiência, aprendemos muito com os pessoas que estão diretamente ligadas ao nosso trabalho. O que aprendemos neste período levamos para a vida toda", ressaltou.

    De acordo com o Caged, em todo o Brasil, do 1,24 milhão de contratações no mês de maio, 611,42 mil foram de trabalhadores com até 29 anos. Dos oito setores de atividade econômica, seis deles concentram os maiores saldos positivos de emprego para jovens dos 18 aos 24 anos. Só o setor de serviços, em maio, abriu 21,8 mil vagas formais para esses trabalhadores. 

    O estado que mais empregou jovens, de acordo como Caged, foi São Paulo. Em maio, foram criadas 26.861 vagas formais para trabalhadores com até 29 anos. A maioria, 20.123, tinha entre 18 e 24 anos. Em segundo lugar ficou Minas Gerais, com um saldo positivo de 14.581, sendo 10.140 para a faixa de 18 a 24. E o terceiro é o Paraná, com saldo de 6.150.



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